O governo da Indonésia revelou ter colocado em andamento um plano para executar outros 11 presos no corredor da morte do país, informa o jornal “Jakarta Post”. Segundo a imprensa indonésia, o brasileiro Rodrigo Gularte, de 42 anos, condenado por tráfico de drogas, estaria na lista. As autoridades locais não divulgaram a lista com os nomes dos presos que serão executados.
Gularte, de 42 anos, foi condenado à pena máxima em 2005 por ingressar na Indonésia com seis quilos de cocaína escondidos em pranchas de surf.
O procurador-geral do país, Muhammad Prasetyo, disse a uma comissão do Parlamento na quarta-feira (28) que seu escritório está trabalhando com possíveis datas e também locais para que as penas sejam cumpridas.
Prasetyo apenas informou que as execuções devem ocorrer na ilha isolada de Nusakambangan, considerada um “local ideal”, devido a medidas de segurança.
Após a reunião, ele disse à imprensa local que a execução deve incluir também dois australianos no corredor da morte.
Segundo o “Jakarta Post”, as execuções devem ser realizadas no mês de fevereiro. A procuradoria-geral, entretanto, não deu nenhuma indicação sobre a data do cumprimento das penas.
“Não foi tomada nenhuma decisão sobre quando as execuções serão feitas”, disse Tony Spontana, porta-voz da procuradoria. Ele apenas confirmou que 11 pessoas estão na lista para serem executadas, e afirmou que elas tiveram seus pedidos de clemência rejeitados no ano passado. “Das 11 pessoas, oito foram condenados por tráfico de drogas”, afirmou.
O porta-voz afirmou que a procuradoria não irá divulgar os nomes da lista. Entretanto, o “Jakarta Post” disse que ela inclui o brasileiro Rodrigo Gularte, dois australianos, quatro indonésios, uma filipina, um francês, um ganês e um espanhol.
Clemência
Apesar da rejeição do pedido de clemência, feito em 2012 e que é previsto no processo, a defesa do brasileiro ainda mantém a esperança de que Jacarta reconsidere sua decisão por razões médicas.
A família de Gularte alega que ele foi diagnosticado com um quadro de esquizofrenia e tenta reverter a pena com a transferência dele para um hospital psiquiátrico, como prevê a lei indonésia. Clarisse Gularte, mãe de Rodrigo, contou que ele está ‘totalmente transformado’ e 15 quilos mais magro. Ela visitou o filho em agosto do ano passado.
A diplomacia brasileira indicou que pretende seguir trabalhando até “esgotar todas as possibilidades de comutação da pena de Rodrigo Gularte permitidas pelo ordenamento jurídico da Indonésia”.
A embaixada do Brasil em Jacarta disse não ter recebido nenhuma notificação oficial sobre a execução. O governo brasileiro fez um pedido de internação de Gularte, que ainda está em tramitação – o governo da Indonésia ainda não deu nenhuma resposta.
No dia 18 de janeiro, a Indonésia fuzilou seis condenados por tráfico de drogas, entre eles o brasileiro Marco Archer Cardoso. Após o fuzilamento, a presidente Dilma Rousseff – que tentou em vão salvar a vida dele – chamou para consultas o embaixador brasileiro em Jacarta para manifestar seu repúdio à execução. O corpo de Marco Archer foi cremado na Indonésia.