Um abatedouro clandestino foi fechado no fim da tarde de quarta-feira (28) no município de Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba. A operação é conjunta entre a Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a delegacia da cidade. Quatro pessoas que estavam no abatedouro no momento da operação foram levadas para a delegacia para prestar esclarecimentos, mas apenas um delas foi presa – o motorista. Os donos já foram identificados, mas ainda não foram encontrados pela polícia.
De acordo com o delegado Guilherme Rangel, da Delegacia de Crimes Contra a Economia e Proteção ao Consumidor (Delcon), o alerta sobre irregulares partiu de um policial rodoviário que passava pela região e notava a presença de muitos urubus.
“É uma história, inclusive, curiosa porque a investigação começou quando um policial rodoviário notou que na região havia muitos urubus, ele achou estranho, começou a conversar com o pessoal e uma pessoa fez uma denúncia de que em certo local havia um abatedouro clandestino”, contou, durante entrevista coletiva com a imprensa, na manhã de hoje (29).
O abatedouro funcionava há cerca de dez anos na região e abatia bezerros, sem fiscalização sanitária, nem alvará de funcionamento. As investigações duraram cerca de 40 dias e, além da prisão de uma pessoa, toda a carne irregular foi apreendida. “Ele compravam animais de outros lugares, que não eram para cortes, que tinham outras finalidades e matavam para revender para consumo”, disse o delegado. Somente na quarta-feira, o abatedouro clandestino tinha matado cerca de 22 animais nascidos há poucas semanas.
A origem das carnes, segundo as investigações, era mercados e grandes açougues da Grande Curitiba, que revendia a churrascarias. “Isso é tão grave que poderia culminar na morte dos consumidores porque era um local de fácil acesso à bactérias e outros organismos. As pessoas que compravam e revendiam ao consumidor também serão identificadas e punidas”, alerta Rangel.
Os donos do abatedouro já foram identificados, mas ainda estão em liberdade. O funcionário preso é um motorista e que fazia parte do esquema de maneira mais efetiva. Os locais que vendiam a carne estão sendo investigados e, em breve, a polícia afirmou que trará os nomes dos envolvidos.
A venda de mercadoria imprópria para consumo tem pena que vai de 2 a 5 anos de prisão. Eles podem responder também por crime ambiental, formação de quadrilha e também por condição análoga à escravidão. “Os funcionários trabalhavam de segunda a segunda, recebiam salários muito baixos, não podiam sair e viviam em condições insalubres. São diversos crimes que eles cometeram”, finalizou o delegado.
Quem tiver informações que auxiliem a polícia pode entrar em contato por meio do disque-denúncia 181 ou ainda pelo email delcom@pc.pr.gov.br. A identidade do denunciante será mantida em segredo.
Confira abaixo as fotos registradas pelas polícias, que integraram a operação: