Faz tempo que o espaço destinado a eles deixou de ser apenas o pátio externo. Hoje, em muitas casas, animais de estimação participam de todas as atividades, como um legítimo membro da família, inclusive embarcando junto em viagens de férias e temporadas de praia. Viajar com pets, no entanto, não é sempre tarefa fácil e exige cuidados básicos não apenas para evitar incômodos para os donos, mas também para garantir o bem-estar do animal.
O primeiro passo é avaliar a “personalidade” do animal, segundo a médica veterinária Jociane Tokarski. “O importante é avaliar o temperamento e a relação que ele tem com o proprietário. Alguns animais não se incomodam durante viagens, outros detestam, sentem medo e enjoo de movimento. Nesse caso, o dono precisa considerar se hospedar o animal em um hotel para cachorros ou gatos é uma alternativa melhor. Mas também tem muitos animais que ficam tristes e param de comer quando longe de seus donos”, explica.
Thor viajante
Acomodado no banco de trás do carro, Thor, um simpático Golden Retriever de 1 ano e 3 meses e 35 kg, parece absolutamente alheio a quaisquer incômodos que viagens longas possam causar. O percurso de Marília (SP), onde reside, até Guaratuba (PR), é de mais de 600 quilômetros, mas Thor mantém a calma – uma parada para esticar as pernas e fazer as necessidades é o suficiente. “Ele adora viajar. É só abrir a porta do carro e ele pula para dentro. Não precisa tomar calmante e não faz alarde para colocar a guia adaptada”, conta Júnior Licas, 30 anos, dono do cachorro.
Mas nem sempre foi assim. Dias após ser acolhido no novo lar, com apenas 3 meses, Thor embarcou em uma viagem de carro para Londrina (PR). Durante o trajeto, enjoou e vomitou. Licas não desistiu de levar o companheiro junto. Com o tempo, o bicho acostumou. “Já pensei em deixar em hotel, mas tenho dó. Para quem gosta do animal, é duro deixá-lo. Se a família pode se revezar para cuidar dele, eu deixo em casa. Senão, ele vem comigo.”
Cate o cocô
Recolher as fezes do seu animal é um ato de educação e evita a proliferação do bicho geográfico.
“Emplacado”
Coloque uma placa de identificação com o nome e o telefone do dono do bicho.
Na Ilha do Mel ele não entra
Áreas protegidas não permitem a entrada de animais de estimação, como a Ilha do Mel. De acordo com a Rede Estadual de Direitos Animais (Reda), da Secretaria do Meio-Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná, a proibição se deve ao fato de que esses locais abrigam espécies silvestres, repteis e possuem ninhos de pássaros e outras aves.
Tenha itens para reduzir também a sensação de calor
Uma vez decidido que o animal vai acompanhar os donos, é preciso certificar-se de que as vacinas estão em dia e de que o bicho apresenta boas condições de saúde. Segundo o Ministério da Agricultura, para viajar com cães e gatos em qualquer meio de transporte terrestre, são necessários o atestado de saúde do animal emitido por veterinário habilitado e comprovante da vacina antirrábica. A médica veterinária Jociane Tokarski recomenda ainda uma dose da déctopla (que protege contra parvovirose, leptospirose e cinomose) e de vermífugo.
Outro cuidado é a atenção ao calor intenso registrado nesse período do ano, principalmente no Litoral. Os animais, principalmente os de pelagem farta e aqueles não acostumados às altas temperaturas, sentem bastante o efeito do calor excessivo. Para proteger , garanta que ele tenha acesso à sombra e a um local fresco para descansar; quando sair para passear, faça pausas à sombra e carregue água fresca para beber no passeio.
Atente-se aos sinais de superaquecimento
O superaquecimento pode ser um risco à vida do animal, que apresenta comportamento atípico quando sofre com o calor: respiração rápida e ofegante, salivação além do normal, problemas de coordenação motora, encolher-se como se estivesse com frio e vômitos ou diarreia repentinos.