Com informações da CBN e BandNews Curitiba
Verduras e legumes estão 33% mais caros em Curitiba, segundo dados da Divisão Técnica Econômica (Ditec) da Centrais de Abastecimento do Paraná (Ceasa). A principal causa do aumento, segundo a Ceasa, foi a falta de chuvas. A seca durou cerca de 30 dias no estado.
Com isso, cerca de trinta produtos analisados tiveram um acréscimo no preço de mais de 2%. Alguns tiveram variação de 15% a 30%. Hortaliças, como a vagem, repolho, abóbora e abobrinha, registraram variações de preços em um período de apenas uma semana. Produtos como tomate, pimentão e vagem devem ficar mais caros nas próximas semanas, já que o atraso na fase de plantação vai reduzir a oferta.
De acordo com o economista Armando Rasoto, o aumento no valor das hortaliças é comum durante a seca. E o consumidor precisa pesquisar e ficar atento aos preços, para evitar pagar ainda mais.
“É a lei da oferta e da procura. Quando há uma uma época de seca, principalmente para os legumes – pimentão, tomate, ervilha, quiabo, entre outros -, a produtividade cai, a não sei que tenha sistema de irrigação, que é mais caro. O pessoal aproveita agora para repassar o valor maior, alegando o problema na produção, que realmente existe, mas há aproveitamento dos atravessadores”.
Influência da seca
Segundo Armando, a tendência é a de que, a partir de outubro, os valores voltem ao normal. “O efeito mais imediado é sentido nos produtos de alimentação, como legumes. Na sequência, se não houver chuva, nós teremos uma inflação também em função da queda de produção da soja, da safrinha. Ainda bem que as previsões são de que outubro seja um mês mais chuvoso. A produção normaliza. Em pouco tempo, para produtos de giro rápido, a produção aumenta, a oferta aumenta, os preços tendem a diminuir”, explica.
- Chuvas voltam com força no final de semana e devem beneficiar agricultores
- Seca atrasa a semeadura da soja no Paraná
Porém, o técnico em comercialização da Ceasa, Evandro Pilatti, alerta que a influência da seca nos preços deve continuar ainda por um tempo, mesmo depois das chuvas previstas para os próximos dias.
“Com o tempo muito seco, às vezes, [o produtor] dá uma segurada na plantação, ele aguarda o período de chuva. Com 30 dias sem chuva, são 30 dias de atraso nas culturas, de forma geral. Então, o reflexo é para os próximos dias”.
Sem sustos
Apesar dos aumentos significativos, Pilatti afirma que, para o consumidor, a diferença deve ser de centavos na maioria dos produtos.”Uma caixa de tomate que custa R$ 40, se ela sobe 20%, ela vai pra R$ 48, sobe R$ 8. E esses R$ 8, divididos por 20 kg, dá R$ 0,40 o quilo”, explica.
Evandro Pilatti aconselha os consumidores a procurarem alternativas que continuam abundantes no mercado. “Estamos com o mercado bem abastecido de tomate, a batata já faz 30 dias que está com os mesmos preços, estáveis e baixos. A cenoura, batata-doce, beterraba. Todos estes produtos estão com boas ofertas e sem alterações de preços”.