O Governo do Paraná informou na tarde desta sexta-feira (30) que não vai renovar o convênio que mantinha a Rede Integrada de Transportes (RIT), o que significa o fim do atual modelo da integralização metropolitana. A decisão foi anunciada pelo diretor da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), Omar Akel, em entrevista à Gazeta do Povo no final da tarde desta sexta-feira (30). Porém, cerca de três horas depois, o Governo do Paraná, em nota, informou que o diálogo com a prefeitura de Curitiba continua.
O acordo garante repasses mensais do estado para manter a tarifa única para as cidades da Regiãp Metropolitana (RMC). Nesta quarta-feira (28), o prefeito Gustavo Fruet havia declarado que a manutenção da RIT dependeria de um aumento da proposta estadual de subsídios. Na ocasião, ele adiantou que existia a possibilidade da implantação de tarifas diferentes para a RMC.
“Hoje, propusemos que fosse estabelecida uma tarifa mais equilibrada e que eventuais déficits fossem cobertos meio a meio entre o governo estadual e o polo metropolitano, que é Curitiba. Mas a prefeitura disse que não será possível e já comunicamos que ela não precisa aguardar nada da nossa parte e pode divulgar a tarifa de Curitiba”, disse o diretor presidente da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), Omar Akel, em entrevista à Gazeta do Povo.
No entanto, apesar de reconhecer a proposta de dividir os déficits, horas depois, o governo afirmou que o convênio não foi rompido. “O Governo do Estado tem a firme disposição de manter a integração do sistema de transporte coletivo de Curitiba e Região Metropolitana, com tarifa única, uma conquista social da população. É nesse sentido que mantém as negociações com a Prefeitura de Curitiba”, diz um trecho da nota enviada à imprensa por volta das 20h30.
Até outubro do ano passado, antes do reajuste da tarifa cobrada do usuário, o governo estadual desembolsava R$ 7,5 milhões por mês como subsídio. Já a prefeitura repassava R$ 4,5 milhões mensais.
Hoje, 14 municípios integram a Rede Integrada. são 2.270.000 passageiros por dia e 1.945 ônibus, que percorrem 356 linhas diferentes. Segundo a Comec, um esquema emergencial já está sendo montado para as linhas metropolitanas na semana que vem,
Outro lado
Antes da manifestação do governo, tendo apenas a informação das declarações do presidente da Comec, a prefeitura de Curitiba disse que assumirá integralmente sua responsabilidade com o subsídio do transporte urbano, e não pode assumir responsabilidades do governo do estado, como é o caso do transporte metropolitano. “A Prefeitura de Curitiba segue aberta ao diálogo e assumirá integralmente sua responsabilidade com o subsídio do transporte urbano, mas não pode assumir responsabilidades do governo do Estado. A Prefeitura trabalha para reduzir a necessidade de subsídio, porém os usuários não podem assumir integralmente a conta. Curitiba também faz parte do Paraná.
A Prefeitura recebe com surpresa o anúncio feito pela Comec de colocar um fim à integração. A Prefeitura não foi comunicada oficialmente e reforça que sempre lidou com esse assunto com lealdade e responsabilidade”, disse em nota.
Nota do governo na íntegra (divulgada às 20h30)
Sobre a integração do transporte coletivo de Curitiba e Região Metropolitana
1. O Governo do Estado tem a firme disposição de manter a integração do sistema de transporte coletivo de Curitiba e Região Metropolitana, com tarifa única, uma conquista social da população. É nesse sentido que mantém as negociações com a Prefeitura de Curitiba.
2. A Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) apresentou à Urbanização de Curitiba S.A. (Urbs), nesta sexta-feira (30), proposta para manutenção do sistema integrado, com equilíbrio financeiro, assumindo cada uma das partes 50% de eventuais déficits.
3. A Comec aguarda, então, a prefeitura de Curitiba anunciar o novo valor da tarifa urbana para concluir os estudos técnicos da rede metropolitana.
Curitiba, 30 de janeiro de 2015
Governo do Estado do Paraná
Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba