
O presidente da Urbanização de Curitiba (Urbs), Roberto Gregório, não descarta a possibilidade de a passagem de ônibus aumentar antes de fevereiro do ano que vem, mês das negociações entre os trabalhadores e a classe patronal. Segundo ele, se houver a necessidade de ampliar os repasses às empresas, a prefeitura não tem condições de elevar o subsídio destinado ao transporte coletivo.
“Não tem fórmula mágica. Para que isso fosse possível, precisaríamos cortar recursos de outras áreas prioritárias, o que não vai acontecer. Aumentos por força de contrato precisam ser remunerados adequadamente e todo serviço público é arcado pela sociedade”, disse ele em entrevista ao radialista Geovane Barreiro durante o Jornal da Banda B desta sexta-feira (27).
Para o presidente, esse novo impasse no transporte é uma forma de pressão das empresas para elevar a remuneração. “Eles querem buscar isso a qualquer custo, seja passando essa responsabilidade aos usuários, por meio da passagem, ou aos cofres da prefeitura, que também são frutos da contribuição dos cidadãos”.
De acordo com ele, os repasses da tarifa técnica estão “rigorosamente em dia”, como determina o contrato de concessão. “Ela tem sido paga por quem utiliza o ônibus todos os dias, na passagem, e transferida por meio do Fundo de Urbanização. Uma parcela desta tarifa está prevista provisoriamente para o pagamento dos benefícios aos quais todos os trabalhadores têm direito”, afirmou o presidente.
Gregório ainda apontou que, em todos os dias úteis, o valor pago pelos usuários chega aos R$ 2,3 milhões – desse montante, 40% vão direto ao caixa das empresas e os outros 60% são repassados às corporações até dois dias após o serviço prestado. “Nós já notificamos todas as empresas ontem mesmo para que elas apresentem as contas e mostrem onde estão os problemas financeiros. Queremos saber também se existe alguma previsão de demissão. A partir daí, tomaremos todas as medidas cabíveis para regularizar a situação”, completou.
Indicativo de greve
As assembleias do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região (Sindimoc), realizadas pela manhã e à tarde de hoje, aprovaram por unanimidade o indicativo de greve para a próxima terça (1º). A decisão da categoria ocorreu após notificação feita pelas empresas sobre a decisão de não pagar corretamente aos trabalhadores os salários de dezembro, janeiro e o 13º salário, além da intenção de demitir dois mil motoristas e cobradores, sem o pagamento de verbas rescisórias.
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