As lesões pré-malignas de câncer de colo de útero identificadas em pacientes do município podem ser monitoradas e tratadas em Araucária na Clínica de Saúde da Mulher (CSMI) e no Hospital Municipal de Araucária (CSMI), de acordo com a necessidade de cada caso. Quanto mais cedo a detecção, mais fácil o tratamento e existem mais chances de cura.
Por isso é importante manter os exames preventivos em dia, pois identificando precocemente as células que podem originar um problema maior, as alterações podem ser monitoradas e tratadas, impedindo que haja a evolução para um quadro mais grave. Quando as lesões que antecedem o câncer de colo de útero (chamadas in situ) são identificadas e tratadas é possível prevenir a doença em 100% dos casos.
“Até o NIC 3, que é uma classificação referente à camada do tecido afetado, conseguimos tratar ou remover a lesão em Araucária mesmo, com um procedimento menos invasivo e sem afetar a funcionalidade do órgão”, explica a médica ginecologista da Clínica da Saúde da Mulher, Dra. Márcia Mantovani.
Desde setembro do ano passado a setembro deste ano, 20 pacientes passaram por cirurgia de alta frequência no colo do útero em Araucária. “São casos que se não tivessem sido acompanhados e tratados desde o início teriam evoluído para uma situação mais séria. Com o tratamento adequado, essas mulheres ganharam em qualidade de vida e não precisaram enfrentar um tratamento agressivo”, comenta a coordenadora da CSMI, Karina Isobe.
Neide de Souza Rose, de 35 anos, foi uma das pacientes que conseguiu diagnóstico precoce e por isso pôde contar com a alternativa de tratamento menos invasivo. “Minha sorte é que eu sempre fiz o preventivo todo ano e quando a médica viu que tinha alteração ainda era NIC II. Primeiro tentamos um tratamento e depois a cirurgia de alta frequência no HMA. Após o procedimento fiz dois exames e os resultados já deram normais”, relata.
A moradora do Jardim Shangai descobriu o problema após consultar na unidade de saúde do Industrial. Ela conta que foi bem informada sobre como estava sua situação, como poderia ficar e foi encaminhada para a Clínica de Saúde da Mulher. “Eu fico aliviada por ter conseguido tratar e falo para as conhecidas irem fazer o preventivo e manter em dia. Antes eu não entendia, não sabia que tinha diversos níveis. A gente não pode esperar virar um câncer”, reforça.
Câncer do colo de útero
É o terceiro tumor mais frequente na população feminina, atrás do câncer de mama e do colorretal, e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA). A estimativa do INCA é de que em 2014 surgiram quase 16 mil novos casos, sendo que em 2013 foram registradas 5430 mortes no país devido à doença.
Todas as mulheres, com vida sexual ativa, devem se submeter ao exame preventivo periódico. Os dois primeiros exames preventivos de câncer de colo de útero precisam ser realizados anualmente. Se derem normais, os próximos podem ser feitos a cada três anos.
HPV e câncer de colo de útero
Depois de muitos anos de pesquisa descobriu-se que o desenvolvimento do câncer de colo de útero está relacionado à presença do Papilomavírus humano (HPV) no organismo. Estes vírus penetram nos núcleos das células inativas, promovendo alterações iniciais, pré-neoplásicas que, se não tratadas, acabarão por acarretar no desenvolvimento do tumor.
Vacina contra HPV é distribuída gratuitamente na rede pública
O HPV (doença que está relacionada a maior parte dos casos de câncer de colo uterino) tem vacina gratuita garantida pelo Ministério da Saúde. As meninas com idade entre 9 e 11 anos podem procurar as unidades básicas de saúde para tomar as doses que são administradas em três etapas nos períodos de campanha. É importante que a dose seja aplicada nessa faixa etária para que as meninas ainda não tenham iniciado a vida sexual e não tenham sido contaminadas com o vírus, o que invalidaria a eficácia da vacina.