
Leandro Lúcio Gonçalves tem 49 anos e há 10 anos foi atropelado por um motorista embriagado que o deixou em uma cadeira de rodas. Para sobreviver, hoje ele trabalha como guardador de carros e o seu carisma estimula a todos que passam pela rua Capitão Argemiro Wanderley com a avenida Winston Churchill, no bairro Capão Raso, em Curitiba.
O bom humor e otimismo de Leandro, apesar de sua história e das dificuldades que enfrenta, chamou a atenção da bancária Verônica Pereira, que trabalha nas proximidades da região onde ele cuida dos veículos. “O que é diferente no Leandro é que ele não se deixou abalar por tudo o que aconteceu com ele. Por mais que tenha todas as dificuldades e precise de tantas coisas, chovendo ou com sol, ele está sempre aqui com um sorriso no rosto e com uma palavra positiva”, disse ela.
O cadeirante percorre todos os dias 40 quilômetros para trabalhar, de Mandirituba, na Região Metropolitana de Curitiba, até a capital. “Eu tenho o maior prazer de chegar aqui e ganhar meu dinheiro honesto e honrado. É pouco, mas é suado e abençoado. O pouco com Deus se torna bastante, sem Deus nós não somos nada”, afirma Leandro que teve a história de sua vida transformada em uma manhã indo para o trabalho.
“Eu era açogueiro e às 5h40 da manhã eu estava indo trabalhar, quando um cara bêbado entrou na contramão, me atropelou e foi embora. Fiquei lá esticado no chão e minha vida mudou totalmente de uma hora para a outra”, contou ele.
O cuidador de carros quebrou a coluna, cinco costelas, a clavícula e os pés.
Leandro acredita que o episódio o ajudou a dar mais valor para sua vida e família. “Deus sabe tudo que faz e essa é uma cruz que tenho que carregar. Eu não dava tanto valor a minha vida como dou agora, eu só queria trabalhar e não tinha tempo para a minha família”, refletiu o cadeirante que vivia ao lado da esposa e dois filhos.
Sensibilizada com a história do trabalhador, Verônica tenta conseguir ajuda para melhorar a vida daquele que hoje se tornou sua inspiração. “Eu vivo todo dia assim, lutando e vencendo. Eu quero que ele vença também e não só lute. Eu precisava fazer alguma coisa e estou muito feliz de conseguir que ele, pelo menos, seja notado e escutado”, disse.
Leandro precisa de um pouco de tudo. Ele não tem TV, rádio, geladeira, entre outras coisas que podem ajudar e muito o cuidador de carros. A esperança agora é que ele consiga diminuir as dificuldades do dia a dia.
Uma nova cadeira de rodas já está a caminho, agora o foco é conseguir uma geladeira ou outras doações que possam dar uma estrutura melhor ao lar do cadeirante.
Quem quiser ajudar Leandro pode entrar em contato com Verônica pelo telefone 99914-5259.
Banda B