O inverno também é de maior preocupação com a saúde. Mas não são apenas os problemas respiratórios que chamam a atenção. Durante a estação mais fria do ano cresce até 38% a incidência de infarto. O principal motivo é porque com o clima frio diminui o fluxo de sangue que nutre o coração.
Uma das principais causas de morte no Brasil, o infarto do miocárdio ocorre quando parte do coração não recebe sangue com oxigênio em quantidade suficiente, causando a morte do músculo cardíaco. Durante o inverno, a incidência de infarto do coração pode aumentar entre 10% a 38%, uma vez que, de acordo com André Bernardi, cardiologista do Hospital Marcelino Champagnat, o frio faz com que as veias e artérias se contraiam e, consequentemente, aumente a pressão arterial, o que acelera os batimentos cardíacos e obriga o sistema circulatório a trabalhar mais.
Segundo Bernardi, “o organismo realiza o aceleramento das batidas para manter a temperatura do corpo, e com isso, o sangue que circula é mais viscoso e apresenta mais chances de coagulação”. Isso ocorre preferencialmente em pacientes com fatores de risco para infarto: sedentarismo, tabagismo, hipertensos, diabéticos e aqueles com colesterol alto.
O inverno está associado ao aumento dos casos de doenças cardíacas e da mortalidade cardiovascular, também alerta o diretor da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro (Socerj), Claudio Tinoco: estudos mostram que a cada queda de dez graus de temperatura, há aumento da incidência de complicações cardíacas em torno de 30% a 40%.
Alguns motivos contribuem para isso. O primeiro é o aumento das infecções respiratórias que ocorrem na época do inverno. Gripes e resfriados provocam uma sobrecarga no sistema circulatório. “O coração tem que trabalhar mais, bombear mais sangue para atender às necessidades. Além disso, a infecção agride os vasos na sua superfície de recobrimento mais interno, chamado endotélio, e este fica mais vulnerável a processos de trombose, seja o acidente vascular cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame, seja o infarto do miocárdio ou ataque cardíaco”, diz o médico.
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