
Centenas de estudantes se reuniram na Praça Santos Andrade, em Curitiba, em protesto contra o aumento na tarifa do transporte coletivo da capital, que passou de R$ 4,50 para R$ 5,50 na última terça-feira (1).
O ato aconteceu no início da noite desta quinta-feira (03) e os manifestantes seguiram em passeata até a Praça Rui Barbosa.

A estudante de História e integrante do DCE da UFPR (Diretório Central Estudantil da Universidade Federal do Paraná), Amanda Amaral, afirmou em entrevista à Banda B que a passagem aumentou de forma desproporcional à qualidade do serviço.
“Em outras cidades da Região Metropolitana a passagem fica mais barata, enquanto em Curitiba ela aumenta num nível incompatível com a qualidade do serviço que é oferecido. As pessoas reclamam muito da lotação dos ônibus, os veículos quebram, cobradores são demitidos e as passagens expiram e as pessoas perdem seus créditos no cartão-transporte”, criticou a estudante.
Amaral disse ainda que os manifestantes pedem que as contas da Urbs (Urbanização de Curitiba) e da Prefeitura de Curitiba sejam abertas.
“A gente veio pedir para abrirem as caixas pretas da Urbs e da Prefeitura que estão fazendo um serviço superfaturado. Queremos saber para onde essa grana está indo, se é investida na manutenção de um transporte que sirva mesmo à população”, acrescentou.
Polícia Militar
Toda a movimentação dos estudantes foi acompanhada pela Polícia Militar (PM). Segundo a capitã Carolina Ferras Zancan, a manifestação foi pacífica.
“A manifestação por enquanto está pacífica. O movimento é legítimo, a polícia está aqui para garantir o direito de manifestação e da liberdade de expressão”, destacou a capitã à Banda B.
Região Metropolitana
Diferente de Curitiba, a cidade de Araucária, com quase 150 mil habitantes, anunciou, em dezembro de 2021, uma redução consecutiva na tarifa do transporte coletivo. O valor caiu de R$ 1,95 para R$ 1,70, quase 13%.
A diferença no valor cobrado entre as cidades foi, inclusive, motivo de questionamento dos vereadores de Curitiba na quarta-feira (2), quando o presidente da Urbs, Ogeny Pedro Maia Neto esteve no plenário da Câmara Municipal para explicar os motivos do aumento.
Com o reajuste de 22%, Curitiba passa a ter a tarifa de ônibus mais cara entre as capitais brasileiras. O valor também é um dos mais altos quando comparado com o transporte de metrô, ficando atrás apenas do Rio de Janeiro, que tem a cobrança de R$ 5,80.
Segundo a Prefeitura de Curitiba, o valor do reajuste é o menor possível para manter a sustentabilidade do sistema frente ao aumento dos custos relacionados ao transporte, que subiram muito acima da média da inflação desde 2019.
Banda B