Desde que a Prefeitura de Curitiba anunciou o aumento da passagem de ônibus na Capital, e o preço diferenciado para quem utilizar o cartão transporte a partir de amanhã — com o cartão a passagem vai a R$ 3,15, e com dinheiro R$ 3,30 — a procura pela confecção do cartão disparou na Urbs. Ontem, filas gigantescas se formaram no setor. Havia fila também para abastecer o cartão, já que o valor antigo vai valer por 30 dias após o aumento.
Segundo informações da Urbs, na sexta-feira foram emitidos 254 cartões, e na segunda-feira e na terça-feira foram 632 e 644 respectivamente. O anúncio do aumento foi feito no começo da tarde de segunda-feira. A expectativa da Urbs é que, com a tarifa diferenciada, o número de usuários que usam o cartão passe dos atuais 57% para 70%.
A Urbs também fez uma projeção de que, com o aumento do uso do cartão transporte no sistema, mais de R$ 450 mil em dinheiro serão tirados de circulação, aumentando a segurança para cobradores, motoristas e usuários.
Apesar disso, quando a Prefeitura anunciou o preço diferente, o Ministério Público e o Procon alertaram a Prefeitura sobre uma possível irregularidade, já que haveria cobrança diferente para um mesmo serviço na cidade.
Tarifa — Na segunda-feira o governo do Estado também deve divulgar como será feito a cobrança nas linhas integradas metropolitanas. Segundo a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), a integração será mantida, mas uma engenharia deve ser necessário caso a tarifa tenha valores difertentes. Até lá, o valor fica em R$ 2,85 para quem pegar o ônibus fora de Curitiba.
O tema também foi discutido na Câmara Municipal, ontem. A sugestão de repassar R$ 41 milhões para abater o subsídio na Capital e impedir o aumento foi rejeitado na Casa. O recurso seria oriundo do Fundo Especial da Câmara, e foi destinado especificamente para a construção de um noov prédio, por isso não poderia ser usado de outra maneira. Também foi proposto que os ônibus da Capital começassem a circular com propaganda paga, o que também poderia baratear os custos.
Comissão — Ainda ontem, os vereadores concordaram em instalar uma comissão especial para dar seguimento ao trabalho realizado pela CPI do Transporte Coletivo. A comissão especial já foi criada, em fevereiro do ano passado, com a aprovação de uma proposição, mas ainda não havia sido instalada.
A instalação da comissão foi lembrada em plenário pela vereadora Professora Josete (PT). “Fizemos um trabalho importante na CPI do Transporte Coletivo, com uma condução primorosa do vereador Jorge Bernardi (PDT) e um relatório excelente do Bruno Pessuti (PSC). Foram apontados problemas sérios, mas nós não sabemos os desdobramentos, o que os outros órgãos estão fazendo”, queixou-se a parlamentar. “Se nada aconteceu, nós temos que tomar uma atitude”, afirmou.
Bem Paraná