Manifestantes se reuniram na avenida Paulista na manhã desta terça-feira (18) para defender os direitos dos trabalhadores do McDonald’s e de redes de fast-food. Trabalhadores e sindicalistas que apoiam a campanha #SemDireitosNãoéLegal se juntam à comitiva internacional, que tem feito denúncias contra a rede de fast-food. A concentração teve início por volta das 10h no vão-livre do Masp e seguiu em direção à unidade do McDonald’s em frente ao Conjunto Nacional. A organização ainda não tem estimativa de quantas pessoas participaram do ato. As entidades sindicais brasileiras Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade (Contratuh), o Sindicato dos Trabalhadores em Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de São Paulo e Região (Sinthoresp), a União Geral dos Trabalhadores (UGT), a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (Contracs/CUT), a Federação dos Empregados em Turismo e Hospitalidade do Estado do Paraná (Fethepar)e a Federação Interestadual dos Trabalhadores Hoteleiros de São Paulo e Mato Grosso do Sul (Fetrhotel) fazem parte da campanha global #SemDireitosNãoéLegal, que teve início em Nova York. Uma das ações lideradas pelo sindicato internacional é a campanha “Fight For US$ 15”, lançada em fevereiro no Brasil como Sem Direitos Não É Legal, que já envolve 200 cidades dos EUA e 150 ao redor do mundo. Representantes do movimento internacional de trabalhadores contra as condições de trabalho no McDonald’s conseguiram apoio de parlamentares no Brasil para realizar uma audiência pública no Congresso Nacional para debater a precarização do trabalho na empresa, que será realizada na quinta (20). A ideia é que, nessa data, trabalhadores de 15 a 20 países que atuam no McDonald’s venham ao Congresso relatar problemas que enfrentam no dia a dia na rede -questões que envolvem desde descontos salariais indevidos até riscos a saúde e segurança no trabalho. NA REDE Nos EUA, os trabalhadores do McDonald’s ganham em média entre US$ 7,5 e US$ 9 a hora, tem idade média entre 28 e 29 anos e um terço tem formação superior. A jornada varia entre 20 e 25 horas semanais e muitos deles, segundo o sindicalista, têm de ter três ou quatro empregos para conseguir sustentar a família. No Brasil, os empregados da rede geralmente são mais jovens e muitos estão em seu primeiro emprego, segundo sindicatos locais. Há dois anos um acordo judicial foi feito para acabar com a jornada móvel variável (que previa trabalhar sem horário fixo e com remuneração reduzidas), após o MPT ingressar com ação na Justiça do Trabalho de Pernambuco. A empresa informou, por meio de sua assessoria, que cumpre as leis vigentes no Brasil e que é regularmente fiscalizada, assim como as demais companhias de todos os setores. “A companhia está à disposição da fiscalização para qualquer esclarecimento que seja necessário. A marca, inclusive, já ganhou o Selo ‘Primeiro Emprego’ do Ministério do Trabalho, por ser pioneira na implementação do ponto eletrônico, além de ser eleita por 14 anos consecutivos como uma das melhores empresas para se trabalhar pelo Instituto Great Place to Work.” A rede também reforçou que “tem diálogo transparente com 80 sindicatos brasileiros com os quais se relaciona, conforme orientação do Ministério do Trabalho”.
FolhaPress