A insatisfação dos policiais militares, colocados na berlinda em entrevista concedida pelo secretário de Segurança Pública Fernando Francischini, pode levar o governo do Estado a tomar uma decisão nas próximas horas. De um lado, o Comando da Polícia Militar do Paraná que enviou nota pública à imprensa esclarecendo que todas as decisões tomadas no confronto com professores foram aprovadas pelo alto escalão da Secretaria. De outro, o próprio secretário que teria colocado no colo do comando da operação a responsabilidade pelo incidente e pelos mais de 200 feridos.
“Alguma coisa precisa ser feita urgentemente para apaziguar os ânimos. Precisamos superar essa fase”, disse o deputado estadual Luiz Cláudio Romanelli, líder do Governo.
Durante todo o dia as informações eram desencontradas. Francischini deixou de ser secretário, nos bastidores, por duas vezes. A relação entre ele e o comando da PM teria ficado insustentável – segundo relataram em sigilo alguns deputados governistas. Em carta à imprensa, o comandante da Polícia Militar Cesar Vinícius Kogut foi enfático ao manifestar repúdio às declarações de que a responsabilidade do confronto seria da corporação.
“O senhor Secretário (Francischini) foi alertado inúmeras vezes pelo comando da Tropa e pelo Comandante-Geral sobre os possíveis desdobramentos durante a ação e que mesmo sendo utilizadas as técnicas internacionalmente reconhecidas como as indicadas para a situação, pessoas poderiam sofrer ferimentos, como realmente ocorreu, tendo sido vítimas manifestantes e policiais militares empregados na operação.”
Bem Paraná