
A campanha Busão Sem Abuso, criada pela Prefeitura de Curitiba e que no último dia 25 de novembro completou dois anos de existência, vem se mostrando um sucesso no combate ao assédio no transporte coletivo. Nos últimos dois anos foram registradas 141 denúncias, o que dá uma média de uma ocorrência a cada cinco dias, e que fizeram ainda com que 25 tarados fossem detidos em flagrante.
De acordo com a Guareda Municipal, nos anos de 2013 e 2014 haviam sido registradas 92 denúncias de abuso sexual nos ônibus da Capital, o que significa que nos dois anos seguintes à criação da campanha os números saltaram 53,3%. Já o número de detidos, que ficou em 21 no período anterior ao “Busão Sem Abuso”, subiu para 25, uma alta de 19%. Apenas em 2016 foram 15 detidos, número recorde na Capital e 50% a mais do que em 2015.
A última foi registrada na tarde do último domingo, quando um homem de 56 anos teria “se esfregado” em uma menina de 18 anos que estava acompanhada da mãe na linha Inter 2, fazendo o trajeto do terminal do Portão ao terminal do Campina do Siqueira. Populares que testemunharam o abuso partiram para cima do suspeito, que acabou agredido por conta da indignação dos passageiros e foi imobilizado até ser detido pela Guarda Municipal, já no terminal do Campina do Siqueira.
Ferido, o suspeito precisou ser levado até o Hospital do Trabalhador para fazer curativos e em seguida foi encaminhado para o Centro Integrado de Atendimento ao Cidadão (Ciac-Sul). A investigação do caso está 8º Distrito Policial e, se for condenado, o homem pode pegar uma pena de 6 a 10 anos de reclusão.
De acordo com o inspetor Sicarlos, do Centro de Operações de Defesa Social da Guarda Municipal, episódios como o relatado acima, aliado com o número de denúncias e prisões, revelam que os cidadãos curitibanos estão mais “corajosos e conscientes” desde a criação da campanha Busão Sem Abuso.
“As pessoas estão mais corajosas e conscientes depois que começou a campanha e a tendência é que aumente cada vez mais (o número de denúncias)”, aposta Sicarlos. “A campanha Busão sem Abuso tirou o medo das mulheres e fez com que outras pessoas passassem a se preocupar com episódios assim no transporte coletivo”, complementa.
Bem Paraná