Na sexta-feira (22) agentes sociais de diversas áreas reuniram-se na Praça da Igreja Matriz para falar sobre defesa de direitos. Profissionais das áreas de Assistência Social abordaram o enfrentamento do abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, enquanto pacientes e profissionais da área de saúde mental conduziram as discussões sobre a luta antimanicomial, na qual destaca-se a reformulação da política de assistência prestada a pessoas com sofrimento psíquico e transtornos mentais.
O evento encerrou as atividades da Semana de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. O apoio de serviços e secretarias da Prefeitura permitiu que ocorresse a apresentação de trabalhos de participantes dos Adolescentros, demonstração de grafitagem desenvolvida por integrantes do Centro Operacional de Medidas Socioeducativas, distribuição de mudas para a população pela Secretaria de Meio Ambiente, organização do tráfego de veículos e orientações ao público realizadas pelo Departamento de Trânsito, apresentação de corais e dança de idosos do Centro de Convivência.
Luta Antimanicomial
A ação em prol da luta antimanicomial foi realizada com ajuda do Centro de Atenção Psicossocial II (CAPS II) e da Associação de Saúde Mental Dr. Régis Viola. O intuito principal era chamar a atenção para as conquistas obtidas na área psiquiátrica nos últimos anos, que vão de encontro com a defesa de direitos humanos e resgate da cidadania com superação do preconceito, rompendo com a antiga visão de internamento como única alternativa de tratamento psiquiátrico e apostando cada vez mais na inclusão social desses pacientes.
“A partir dos anos 80 começou o movimento para reforma dessa política, o que possibilitou o estabelecimento de um sistema público mais democrático para esses pacientes, com a divisão de atendimentos em centros de atenção básica e especial. Graças a luta de trabalhadores da saúde mental, familiares e usuários da rede, passou a existir a oferta de outros dispositivos e estratégias que pudessem auxiliar nos tratamentos e trazer mais qualidade de vida para essas pessoas”, comenta a coordenadora do CAPS II, Patrícia Lafraia.
A comemoração dos avanços conquistados na área abriu espaço na data para os participantes do CAPS II apresentarem seu coral e manifestos sobre o tema. “Quando que antigamente teríamos algo assim? Eles estão hoje aqui exercendo seu papel de cidadão, apresentando-se em praça pública, falando sobre seus anseios e liberdades, apoiando também a causa contra a violência e abuso sexual que está sendo posta em destaque esta semana”, ressalta a psicóloga do CAPS II, Eliane Furtado.
O Movimento da Luta Antimanicomial existe para lembrar que, como todo cidadão, estas pessoas têm o direito fundamental à liberdade, o direito a viver em sociedade, além do direto a receber cuidado e tratamento sem que para isto tenham que abrir mão de seus direitos garantidos.
SMCS / Foto Carlos Poly