Cerca de 25% dos habitantes do Paraná têm hipertensão arterial, de acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde. Quando dimensionado no âmbito nacional, esse número chega a 14% da população e segue como uma das preocupações dos profissionais de saúde, pois a doença, em algumas situações, é silenciosa. Associado ou não à hipertensão, o diabetes, que acomete cerca de 800 mil paranaenses, pode gerar graves problemas nos olhos.
Eduardo Miranda, oftalmologista do Hospital Vitória, de Curitiba, alerta que tanto a hipertensão arterial quanto o diabetes podem produzir lesões vasculares e, no caso dos olhos, essas lesões ocorrem na microcirculação retiniana. “Quando o paciente não consegue controlar os níveis de glicemia e da pressão arterial, os olhos poderão desenvolver lesões, com consequente baixa da visão ou, inclusive, com a possibilidade de perda definitiva desse sentido”, alerta o especialista.
O médico explica que a retina – o principal órgão sensorial do olho – é a mais afetada por lesões quando essas doenças não são acompanhadas. Por isso, é necessário manter os índices de glicemia controlados, assim como a pressão arterial nos níveis de normalidade, a fim de evitar a lesão nervosa. “Quando há algum descontrole ou falta de acompanhamento, estatisticamente é comprovado um aumento nas complicações ligadas às doenças. Após dez anos do diagnóstico de diabetes, e quando a doença não é controlada, por exemplo, cerca de 100% dos pacientes apresentam algum tipo de lesão retiniana, o que requer atenção”, observa Eduardo, que indica exames periódicos para todas as pessoas, independentemente de o diagnóstico do diabetes ser confirmado ou não.
Outro aspecto ressaltado pelo especialista está relacionado às doenças secundárias, como o glaucoma e a catarata, cuja incidência é mais frequente e precoce em indivíduos diabéticos, quando comparada a pessoas saudáveis. Nos casos em que já foi confirmada uma patologia mais grave, como a retinopatia diabética, o acompanhamento, realizado por profissional de oftalmologia, deverá ser mais frequente.
Recomendações
A principal orientação do especialista é que o paciente aceite a doença e realize todos os cuidados necessários, como exames periódicos, a fim de diagnosticar alterações vasculares retinianas. Além disso, hábitos saudáveis que envolvem alimentação balanceada e prática de exercícios físicos regulares serão aliados para manter a saúde em dia e os níveis de açúcar e pressão arterial controlados.