O doleiro Alberto Youssef, delator do escândalo da Petrobrás, preso desde março de 2014 na Operação Lava Jato, foi ouvido na manhã desta quinta-feira (9) pela Procuradoria Geral da República sobre o suposto esquema de desvios no Paraná que podem ter relação com o governador do Estado, Beto Richa (PSDB).
Há duas semanas o doleiro, preso em Curitiba, foi sondado por promotores do Ministério Público do Paraná e por equipes federais para saber se ele poderia colaborar com informações sobre o escândalo de desvios no Estado. Um dos advogados de Youssef, Tracy Reinaldet não quis comentar o conteúdo dos depoimentos. “Devido ao sigilo, não posso dar mais informações”, disse.
O Ministério Público investiga a ligação entre fraudes na Receita do Estado, dentro da Operação Publicano, e a campanha à reeleição do governador Beto Richa em 2014. A campanha tucana teria recebido pelo menos R$ 2 milhões em doações feitas por auditores com dinheiro de propina paga por empresários sonegadores de impostos no Paraná.
Nota enviada pelo governo do Paraná:
“O Governo do Estado do Paraná tem o maior interesse na apuração das denúncias de corrupção na Receita Estadual. Diversas ações já foram tomadas com a prisão de servidores como resultado das operações em andamento coordenadas pelo Ministério Público. Até agora foram afastados 53 servidores ativos, seja por prisão ou por ordem judicial, sob a acusação de crime contra a administração pública. Além do afastamento das funções de auditoria, os servidores que exerciam cargos em comissão foram destituídos dos respectivos postos. Desde março, uma força-tarefa criada na Receita Estadual faz a revisão dos trabalhos dos auditores que são alvo de investigação. O prazo de execução da mesma foi prorrogado em maio e, no fim de julho, deverão ser apresentados os resultados do trabalho, que subsidiarão os processos administrativos disciplinares e poderão levar a demissão dos funcionários comprovadamente envolvidos em irregularidades. No dia 8 de julho foi publicado no Diário Oficial do Paraná a portaria 180/2015, que criou uma nova força-tarefa, com 28 auditores, para revisar os procedimentos de fiscalização de 50 empresas citadas na Operação Publicano 2. Foi estabelecido um prazo de 60 dias para as revisões. Além dessas ações, foi aberto um canal para denúncias no site da Secretaria de Estado da Fazenda.”
A assessoria do PSDB Paraná não foi encontrada para comentar o caso.