A julgar pela movimentação nas redes sociais, a manifestação contra o governo da presidente Dilma Rousseff programada para este domingo (12) em Curitiba tende a ser menor do que o ato realizado no último dia 15 de março. Até ontem, pouco mais de 10 mil pessoas haviam “confirmado” na página do evento no Facebook – “Operação Impeachement Já, Fora Dilma!”. Outro evento, publicado pelo “Movimento Brasil Livre Curitiba”, tinha 7,8 mil “confirmados”. A título de comparação, três dias antes do protesto do mês passado, mais de 23 mil pessoas haviam sinalizado intenção de participar da manifestação na Capital paranaense.
Desta vez, o protesto está programado para partir da praça Santos Andrade, no centro da cidade, às 14 horas, com concentração a partir das 13 horas. Os organizadores do ato definem o movimento como “uma entidade apartidária que visa a mobilizar cidadãos em favor de uma sociedade mais livre, justa e próspera”. E afirma na página do evento não existir “legalidade e legitimidade no mandato de Dilma” por supostamente haver “comprovação de fraude eleitoral através do envolvimento da empresa venezuelana Smartmatic (responsável pelas urnas eletrônicas)”. O grupo acusa ainda Dilma de estelionato eleitoral alegando que “todas as promessas não foram cumpridas, tudo que sua campanha alegou que o outro candidato faria, ela fez nos primeiros meses (aumento de impostos, juros, cortes trabalhistas, calote, rombo nas contas públicas)”.
Também aponta que estaria “mais do que comprovado o envolvimento” da presidente no escândalo da Petrobras, pois “inclusive o dinheiro desviado foi usado na campanha dela”. Afirma ainda que quem comandou as eleições – o ministro do Tribunal Superior Eleitoral, Dias Toffoli – “é um ex-funcionário do PT”. E conclui que o partido “é ilegal pois é subordinado a uma entidade política internacional que o financia e o controla – Foro de São Paulo – reunião da escória da América Latina, incluindo Maduro, Morales , MIR Chileno e as FARC”.
A novidade desta vez é que os organizadores estão tentando arrecadar dinheiro para o protesto através do sistema dos “crowfundings”, os sites de financiamento coletivos. O “Movimento Direita Curitiba” criou um espaço para receber doações em dinheiro na internet que possam ajudar a montar a estrutura. A meta estipulada é de R$ 3 mil e, até agora as doações, desde 08 de abril, o grupo arrecadou R$ 130.
Outro evento, intitulado “Vem pra rua Curitiba”, tinha até ontem ainda menos adesão: apenas pouco mais de 800 confirmados até ontem. O grupo também se diz “democrático, espontâneo e suprapartidário”, “a favor da democracia, da ética na política e de um estado eficiente e desinchado”. Garante ainda ser “contra qualquer tipo de violência, condenamos qualquer tipo de extremismo (separatismo, intervenção militar, golpe de Estado)”, e não compactuar “com governos autoritários”.
Adereços
A manifestação do último dia 15 acabou superando as expectativas e reunindo cerca de 80 mil pessoas, segundo cálculos da Polícia Militar. O trânsito ficou congestionado e a Rua Marechal Deodoro chegou a ser bloqueada no meio da tarde para que a passeata pudesse seguir até seu destino final.
Boa parte dos manifestantes vestiam roupas e adereços com as cores verde e amarelo e portavam cartazes com palavras de ordem contra o governo. Apesar da grande aglomeração, não foram registrados incidentes e o protesto seguiu de forma pacífica até o final.
Um caminhão de som foi mobilizado pelos organizadores, e incentivava a multidão a gritar palavras de ordem como “Fora Dilma, e leve o PT com você”, “Impeachment já”. No final da tarde, a manifestação se dispersou, mas um pequeno grupo segui até o Centro Cívico.