A Prefeitura de Araucária, por meio da Secretaria Municipal de Educação (SMED), realizou o Seminário de Educação para as Relações Étnico-Raciais na noite desta quarta-feira (18), no Anfiteatro do Paço Municipal. Como explica o professor Jair Santana, um dos responsáveis pelo evento, no Seminário culminam todas as atividades realizadas durante o ano sobre o tema e o encontro é um momento de troca de experiências entre os participantes.
Nas palestras, a professora da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Megg Marco abordou sobre “Gênero e Identidade”, esclarecendo conceitos como “homofobia” e “racismo”. Doutoranda e transsexual, Megg teve sua fala focada na importância do respeito aos diferentes e às diferenças. Já o advogado Carlos André Amorim Lemos, da Procuradoria Geral do Município (PGM), teve sua fala focada nas “Ações Afirmativas”. Entre os pontos citados estiveram as leis 10.639/2003 e 11.645/2008 (que tratam do ensino da cultura africana, afrobrasileira e indígena nas escolas) e as cotas raciais nas experiências de âmbito nacional às implantadas no município.
Para Jair, a escola tem papel importante quando se fala de gênero, identidade ou preconceito. “O principal é as crianças entenderem que conviver com as diferenças não significa gostar. Significa, sobretudo, respeitar”, afirmou, lembrando de recentes notícias sobre agressões e mortes de pessoas, vítimas de intolerância, divulgadas pela mídia.
O encontro contou também com três relatos de experiência dos professores Jaqueline Aparecida Norberto Luiz de Azevedo (Cmei Califórnia), Marina Cláudia Voss (Escola Especial Agrícola Padre José Anusz) e Paulo Antonio dos Santos (Escola Aleixo Grebos).
Exposição – No saguão da Prefeitura, os participantes puderam ver o resultado de trabalhos de arte feitos por alunos de Escolas e Centros Municipais de Educação Infantil ao longo do ano. Além dos artesanatos, a temática étnico-racial é trabalhada sob forma de teatro, música, dança, contação de histórias entre outras possibilidades.
Formação – O município de Araucária conta com equipes multidisciplinares nas unidades escolares que trabalham a questão étnico-racial de forma transversal. Há ainda professores com especialização em Educação para as Relações Étnico-raciais e também materiais pedagógicos temáticos. O assunto também é trabalhado nas formações continuadas e também foi tema de um dos grupos de trabalho no último Fórum Municipal de Educação. “O objetivo é permitir que as práticas pedagógicas ampliem a promoção da igualdade de gênero e o combate ao racismo e à discriminação” explicou Jair Santana citando, pouco depois, a famosa frase atribuída ao Nobel da Paz [por lutar contra a segregação racial] Nelson Mandela que diz que “a educação é a mais poderosa arma pela qual se pode mudar o mundo”.
SMCS /Foto Carlos Poly