
Funcionários demitidos da empresa de transporte coletivo Transtupi estão preocupados com os salários atrasados e sem expectativa para o acerto da rescisão. A viação, que atuava em Araucária, na região metropolitana, perdeu a concessão da linha no dia 20 de janeiro e, no último mês, demitiu 62 trabalhadores – dos quais, 43 eram motoristas.
“Nós fomos mandados embora por ação coletiva e agora estamos com os pagamentos todos atrasados, desde fevereiro. A empresa disse para a gente assinar a rescisão sem nenhum sinal de data para transferir o dinheiro. Eles alegam que a prefeitura deve dinheiro, mas a administração nega”, contou um motorista da Transtupi, que preferiu não se identificar, em entrevista ao radialista Geovane Barreiro, durante o Jornal Banda B 2ª Edição, nesta sexta-feira (7).
De acordo com ele, muitas famílias estão sofrendo com o prejuízo na renda mensal. “Tenho um conhecido que precisava comprar remédio para a mulher grávida e estava sem dinheiro, até tive que ajudá-lo. Eu estou com a prestação do carro atrasada, como é que fico? Se nada for resolvido, na semana que vem vamos na frente da empresa exigir o que é nosso”, completou.
Sindimoc
O Sindicato dos Motoristas e Cobradores da Grande Curitiba (Sindimoc) afirmou que conseguiu bloquear os bens da empresa Transtupi para pagar os salários atrasados dos funcionários.
“Mesmo sem poder circular, a empresa rodou até o dia 6 de março e não transferiu o pagamento para os trabalhadores. Nós, então, nos mobilizamos e conseguimos na justiça o bloqueio dos bens, que deve sair nos próximos dias para quitar essa dívida”, explicou Anderson Teixeira, presidente do Sindimoc.
De acordo com ele, o sindicato é dono ainda de outra ação, que pretende garantir também o pagamento da rescisão dos funcionários demitidos.
Sobre o imbróglio, a Banda B entrou em contato com a Transtupi, que declarou que não vai se pronunciar sobre o assunto.
Prisão
Suspeito de corrupção, o dono da viação Transtupi foi preso no último dia 21 de março pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco-PR). A ação fez parte da segunda fase da operação que denunciou supostas fraudes no transporte coletivo do município.
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