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Um pesadelo sem fim. Este é o sentimento da família do mecânico Florisval da Silva, preso após matar o suposto assassino do filho João Pedro da Silva, de 22 anos, no último dia 1º. Enquanto aguarda a conclusão do inquérito para pedir um habeas corpus à Justiça, a defesa de Florisval rechaça a versão apresentada por uma testemunha de que João teria tentado estuprar uma jovem na casa onde ocorreu o assassinato.
Para a madrasta de João Pedro, Elizangela Santos, esta versão é uma grande mentira. “Jamais o João faria algo assim. Ele era uma pessoa maravilhosa, casado, com a esposa aqui em casa. Ele saiu dizendo que tinha sido chamado por estes garotos para fumar narguillé, que eram gente boa. Estão inventando isso para esconder a verdade”, disse a esposa de Florisval.
Segundo o relato da testemunha, em um determinado momento, João teria entrado no quarto onde estava a namorada dele. “Quando a testemunha foi até o cômodo, teria encontrado o rapaz retirando a roupa da menina, e já nu. Em tese teria ocorrido uma tentativa de estupro, o que, para nós, é uma história obscura e fantasiosa, que ainda vamos apurar. Esse teria sido o motivo de Lincoln ter esfaqueado o João Pedro”, disse o delegado Tiago Dantas, responsável pelas investigações.
A jovem que teria sido vítima do abuso também foi ouvida pela polícia. Ela afirmou que estava embriagada, dormindo, e que não se recorda do que aconteceu. “Ela falou que não viu nada, que foi o namorado que viu tudo. Mesmo assim, foi até o médico depois para fazer exames e tomar coquetel de remédios. Nós temos esses laudos”, completou.
Para o advogado da família, Rogério Nogueira, esta versão do estupor é repleta de falhas. “O João era trabalhador, estava com a esposa na casa dos pais, jamais faria isso. Esta versão foi inventada para tentar desviar o foco dos outros envolvidos, inclusive a jovem que supostamente teria sido estuprada, nesta versão, disse para a polícia logo após o crime que nem estava na casa. Vamos derrubar esta versão fantasiosa”, afirmou o advogado.
Para o advogado, a polícia deve reunir provas da participação de outros dois homens, além de Lincoln Martins, morto por Florisval. “O João tinha cerca de 1,90 cm e o Lincoln cerca de 1,70 cm. É certo que para o crime ter sido cometido como foi, com o corpo rasgado como um animal, houve a participação de outras pessoas. A polícia deve chegar a estes nomes”, disse.
Outro crime
Nogueira comentou também o mandado de prisão em aberto desde 2003 contra seu cliente por um caso de estelionato na cidade de Faxinal. “Este mandado estava em aberto, mas foi um equívoco na época, tanto que o juiz já concedeu hoje o alvará de soltura sobre este mandado”, disse. Florisval segue preso pelo assassinato de Lincoln, horas após a morte do filho. “Ele sabe que fez coisa errada, mas agiu sob forte emoção ao ver o filho morto de forma tão cruel”, finalizou Família do suposto assassino.
Família do suposto assassino
Nesta quarta-feira (8), a Banda B ouviu os pais de Lincoln Martins, 20 anos, suspeito de assassinar João Pero. Eles disseram que perdoam a atitude de Florisval Silva, que vingou o crime do filho. O casal Silvana Martins e Diniz de Lima acredita que o sentimento de vingança não deve permear as atitudes nesse momento e questiona sobre uma possível injustiça cometida contra o filho: “Ele não fez sozinho”, disse a mãe. O crime aconteceu em Almirante Tamandaré, na região metropolitana de Curitiba.
Banda B