(FOLHAPRESS) – Depois de diversos adiamentos, a FUP (Federação Única dos Petroleiros) ameaça iniciar greve com parada de produção a partir deste domingo (1º). Na quinta-feira (29), outra entidade que representa a categoria, a FNP (Federação Nacional dos Petroleiros) informou que seus filiados iniciaram paralisações em seis estados. A categoria protesta contra o novo plano de negócios da estatal, que reduz investimentos e prevê a venda de R$ 15,1 bilhões em ativos.
“O objetivo é reduzir ao máximo a produção de petróleo”, disse o coordenador da entidade, José Maria Rangel. Ele reclama que a Petrobras se recusa a discutir a Pauta pelo Brasil, elaborada pela FUP, que defende a manutenção dos investimentos e aponta alternativas para a empresa driblar a crise, como a busca de financiamentos com bancos de fomento estrangeiros.
A categoria está em processo de negociação salarial, mas as duas federações se recusam a discutir o tema enquanto a Petrobras não avaliar as propostas para saída da crise. A estatal chegou a aumentar sua proposta de reajuste, de 5,73% para 8,11%, mas ainda não houve acordo.
É o primeiro ano, em governos petistas, que a estatal propõe reajuste abaixo da inflação. “Não vamos discutir acordo coletivo enquanto não conversarmos sobre a Pauta pelo Brasil”, afirmou Rangel. Segundo ele, a greve não será adiada novamente -a categoria ameaçou parar pela primeira vez este ano em setembro.
A Petrobras informou que solicitou aos sindicatos que não bloqueiem a entrada em suas instalações de empregados que desejem trabalhar e reforçou que está disposta a continuar discutindo o acordo coletivo. “Em relação às mobilizações dos sindicatos em algumas unidades da companhia, a Petrobras destaca que não há prejuízos à produção ou ao abastecimento do mercado”, disse a empresa, em nota oficial.