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França caça suspeitos de atentado contra jornal de Paris

A polícia francesa prossegue nesta quinta-feira (8) com a caçada a dois irmãos suspeitos de matar 12 pessoas em um jornal semanal de Paris, em um suposto atentado de militantes islâmicos que os líderes nacionais e nações aliadas qualificaram como ataque à democracia.

Milhares de pessoas se reúnem em Paris em repúdio a ataque

Milhares de pessoas se reuniram no fim da tarde desta quarta-feira (7) na Place de la République(Praça da República), em Paris, para homenagear os jornalistas do jornal satírico Charlie Hebdo mortos em um atentado terrorista.

Os manifestantes usaram broches com a inscrição “o ser humano em primeiro lugar” e carregaram cartazes com a frase “eu sou Charlie”. Eles também exibiram mensagens em defesa da liberdade de imprensa e contra o extremismo político.

Para o jornalista Quentin Pichon, o maior receio é a estigmatização dos árabes na França. “Não podemos deixar que uma comunidade numerosa e que vive bem na França seja igualada aos selvagens que invadiram o jornal”, disse.

Em São Paulo e no Rio de Janeiro também houve manifestações de solidariedade. Os atos reuniram cerca de 200 pessoas em cada cidade, segundo as agências de notícias

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Maior nome do quadrinho francês morre no atentado

O ataque terrorista à redação do jornal Charlie Hebdo, em Paris, vitimou George Wolinski, de 70 anos, o maior nome do quadrinho francês, e um dos maiores do mundo. O cartunista nascido na Tunísia influenciou toda uma geração de colegas brasileiros, que lamentam sua morte.

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As polêmicas do Charlie Hebdo

O semanário Charlie Hebdo sucedeu a revistaHara-Kiri Hebdo, fechada em 1970 pelo Ministério do Interior da França após uma manchete ser considerada ofensiva ao presidente Charles de Gaulle, que acabara de morrer. O slogan do Charlie Hebdo é “jornal irresponsável”. A tiragem de cerca de 50 mil exemplares por semana.

Dois suspeitos do ataque contra a redação do jornal Charlie Hebdo estão se direcionando para Paris em um carro Clio, após serem vistos no início do dia no norte da França, afirmou o jornal Le Figaro. Tiros foram disparados contra um posto de gasolina, onde os suspeitos foram vistos, de acordo com outros relatos. A placa no carro é falsa e helicópteros estão sobrevoando a área de acordo com Le Figaro.

A polícia divulgou fotos dos dois cidadãos franceses foragidos, dizendo que são “armados e perigosos”: os irmãos Cherif e Said Kouachi, de 32 e 34 anos, que já estavam antes sob vigilância dos serviços de segurança.

Chargistas fazem homenagem a mortos; confira

Veja galeria de fotos de Paris nesta quarta-feira e da repercussão do atentado

Veja como foi o ataque ao jornal francês

Confira capas e charges polêmicas do Charlie Hebdo

O semanário Charlie Hebdo é bem conhecido por satirizar o islamismo e outras religiões, bem como figuras políticas.

Militantes islâmicos vinham repetidamente ameaçando França com ataques por causa de suas ações militares em redutos de radicais islamitas no Oriente Médio e na África, o que levou o governo a reforçar as suas leis antiterrorismo no ano passado.

O primeiro-ministro Manuel Valls disse que a França enfrenta uma ameaça terrorista “sem precedentes” e confirmou que os dois irmãos eram conhecidos dos serviços de segurança. Mas ele acrescentou que ainda é muito cedo para dizer se as autoridades subestimaram a ameaça que eles representavam.

“Por eles serem conhecidos, eram seguidos”, disse Valls à rádio RTL, acrescentando: “Temos de pensar nas vítimas. Hoje é um dia de luto.”

No total, sete pessoas foram presas desde o ataque, disse ele. Fontes policiais disseram que os detidos são em sua maioria conhecidos dos dois principais suspeitos. Uma fonte disse que um dos irmãos tinha sido identificado pelo documento de identidade, deixado no carro de fuga.

Na quarta-feira, um homem de 18 anos de idade, Hamyd Mourad, entregou-se à polícia em Charleville-Mézières, cerca de 230 quilômetros a nordeste de Paris, perto da fronteira com a Bélgica, enquanto a polícia antiterrorismo realizava buscas em Paris e nas cidades de Reims e Estrasburgo, no nordeste da França. A imprensa francesa citou amigos dizendo que ele estava na escola no momento do ataque.
Cherif Kouachi ficou 18 meses na prisão sob a acusação de associação criminosa relacionada com uma ação terrorista em 2005. Ele fazia parte de uma célula islâmica que alistava cidadãos franceses em uma mesquita no leste de Paris para que fossem ao Iraque combater os norte-americanos. Ele foi preso antes de partir para o Iraque.

Sangue frio

Imagens de uma câmera durante o ataque mostram um dos agressores diante da redação do Charlie Hebdo gritando “Allahu Akbar!” (Deus é grande) enquanto tiros eram disparados.

Outro caminhou calmamente até um policial ferido deitado na rua e atirou nele com um fuzil de assalto. Os dois homens, em seguida, entraram em um carro preto e fugiram.Em outro vídeos, os homens são ouvidos gritando em francês: “Matamos Charlie Hebdo. Vingamos o profeta Maomé.”

O Charlie Hebdo causou polêmica no passado com cartuns satíricos de líderes políticos e religiosos de todos os credos e também publicou numerosas caricaturas ridicularizando o profeta Maomé. Jihadistas ameaçaram o semanário na Internet, dizendo que pagaria pela zombaria.

O último tuíte da publicação zombou de Abu Bakr al-Baghdadi, líder do grupo Estado Islâmico, que tomou o controle de grandes áreas do Iraque e na Síria e fez um chamado para ataques de “lobos solitários” em solo francês.

Por toda a França dezenas de milhares de pessoas participaram de manifestações improvisadas e vigílias na quarta-feira à noite, em memória das vítimas – entre as quais alguns dos mais proeminentes e amados cartunistas políticos da França – e em apoio à liberdade de expressão.

O ataque

Os terroristas chegaram pouco depois das 11 horas locais (7 horas em Brasília) à sede do Charlie Hebdo. Eles estavam mascarados e com fuzis AK-47. Chamaram pelo nome os chargistas e colunistas do jornal e dispararam contra eles.

Ao deixarem o prédio, um deles executou um policial na rua. Durante a fuga, teriam gritado “Alá é grande” e “vingamos o profeta”, o que é considerado uma alusão à publicação pela revista de caricaturas de Maomé.

Eles fugiram em um Citroën C1 de cor preta, que abandonaram em seguida. O policial Rocco Contento descreveu o interior do prédio como uma “carnificina” após o ataque.

Testemunhas disseram ao canal de notícias francês iTELE terem visto o incidente a partir de um prédio próximo no coração da capital francesa. “Cerca de meia hora atrás dois homens com capuz preto entraram no prédio com (fuzis) Kalashnikovs”, disse Benoit Bringer à emissora. “Poucos minutos depois, nós ouvimos vários tiros”, disse, acrescentando que os homens depois foram vistos fugindo do prédio.
Vítimas

Cinco chargistas foram mortos: o diretor do Charlie Hebdo, Stéphane Charbonnier (conhecido comCharb); Jean Cabu; Bernard Verlhac (conhecido como Tignous); Phillippe Honoré; e George Wolinski (um dos mais conceituados quadrinistas do mundo).

As outras vítimas foram o colunista e economista do Banco da França Bernard Maris; o revisor do jornalMustapha Ourad; a psicanalista e colunista Elsa Cayat; um funcionário de outra empresa, que trabalhava no prédio, Frédéric Boisseau; Michel Renaud, que visitava o Charlie Hebdo; e dois policiais, Franck Brinsolaro (morto dentro do prédio) e Ahmed Merabet, executado na rua, quando os atiradores fugiam.

Ameaças

O Charlie Hebdo foi alvo de várias ameaças por causa da publicação de caricaturas do profeta Maomée de outros desenhos controversos.

Desde 2011, quando a sede da revista foi alvo de ataque à bomba horas antes de uma edição com uma charge do profeta Maomé ir às bancas, Stéphane Charbonnier andava com escolta de um policial.

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Aécio Novitski

Idealizador do Site Araucária no Ar, Jornalista (MTB 0009108-PR), Repórter Cinematográfico e Fotógrafico licenciado pelo Sindijor e Fenaj sobre o número 009108 TRT-PR

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