O governo do Paraná divulgou, nesta terça-feira (10), o novo calendário letivo para as escolas estaduais, após o fim da greve dos professores, que durou 29 dias. As datas foram definidas em uma reunião com representantes da Secretaria da Educação e do sindicato que representa os professores e funcionários das escolas. Com o novo calendário, o ano letivo de 2015 vai se encerrar apenas no dia 23 de dezembro.
As aulas vão começar já na próxima quinta-feira, 12 de março. Em julho, haverá um recesso de apenas uma semana, entre os dias 13 e 17. O objetivo, segundo o governo, é garantir que sejam cumpridos os 200 dias letivos deste ano.
Esse calendário também evitou que os alunos fossem obrigados a ter aulas aos sábados, que serão reservados a atividades de professores, como planejamento pedagógico e formação continuada.
Acampamento
A greve teve início no dia 9 de fevereiro e atingiu mais de 950 mil alunos, que deveriam ter iniciado os estudos naquele dia. O movimento se encerrou na segunda-feira (9), após uma assembleia, com milhares de educadores. Segundo o sindicato, cerca de 100 mil profissionais aderiram ao movimento.
Durante os 29 dias de greve, os educadores ficaram acampados em frente à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) e fizeram vários protestos. No dia 10 de fevereiro eles chegaram a invadir o Plenário da Casa. Na quarta-feira (4), após assembleia que decidiu pela continuidade da greve, cerca de 20 mil docentes marcharam rumo à Alep.
No mesmo dia, o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) determinou a volta imediata dos professores e funcionários das escolas públicas estaduais ao trabalho. O sindicato foi notificado oficialmente sobre a decisão na sexta-feira (6).
Conforme aprovado na assembleia, caso as reivindicações dos professores e demais funcionários da educação estadual não sejam atendidas pelo governo estadual, a greve pode voltar na totalidade. A direção do sindicato afirmou que a categoria deve voltar ao trabalho na terça-feira (10).
“Entendemos que é hora de suspender a greve e manter o estado de greve, que já tínhamos desde o ano passado, para fazer com que o governo cumpra os seus compromissos. Em não cumprindo, o estado de greve nos autoriza a chamar uma assembleia e reiniciar uma greve assim que for necessário, caso o governador passe a descumprir o que tratou”, disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato), Hermes Leão.
De acordo com Leão, esses dois dias antes do início efetivo das aulas são necessários para organizar a escola e fazer a limpeza dos ambientes. “E preparar um planejamento para receber de cabeça erguida nossos estudantes na próxima quinta-feira”, acrescentou o presidente.