O grupo que se autodenomina “Vileiros de Curitiba” vai participar, no próximo mês, de umaaudiência pública na Câmara Municipal, com empresários e donos de shoppings da cidade. O objetivo da reunião é debater o acesso a esses estabelecimentos, levando em consideração a confusão que aconteceu no Palladium no dia 10 de janeiro.
Na ocasião, após a suposta briga de gangues que provocou correria no local, o shopping conseguiu uma liminar na Justiça para barrar a entrada de menores desacompanhados dos pais. “O grupo ‘vileiros’ entrou em contato com a ouvidoria da prefeitura, pedindo para discutir esse assunto. Eles negaram envolvimento no caso do Palladium e disseram que as medidas tomadas os atingiram de uma forma negativa”, explicou Saul Dorval da Silva, representante do Instituto de Pesquisa Brasil África, da prefeitura de Curitiba, em entrevista à Banda B.
Ontem, ele participou de uma reunião na ouvidoria com os vileiros, que definiu a audiência pública. A princípio, o encontro está marcado para o dia 23 de março, mas a data ainda pode ser alterada. “Nós vamos discutir o que está acontecendo nos shoppings da cidade. As duas partes devem se manifestar, tanto os vileiros quanto os empresários, para que se chegue a um acordo. Queremos que a sociedade curitibana converse sobre isso, como a democracia nos permite”, completou Dorval, que deve ser mediador na audiência.
Segundo ele, o grupo se autodenomina ‘vileiro’ porque os integrantes moram em vilas. Eles usam camisas e casacos compridos e largos, bonés e têm um estilo ligado ao rap e ao funk. “Eu sou contra a violência e acredito que as pessoas que cometem irregularidades têm que cumprir o que está na lei. No entanto, no lugar do Palladium, eu teria feito diferente, chamado o grupo para conversar e entender o que houve ali. Mas acredito que o shopping fez aquilo que julgou melhor, como é o seu direito”, concluiu.
O caso
Após a confusão que aconteceu no dia 10 de janeiro, o shopping conseguiu uma liminar na Justiça para impedir a entrada de pessoas no local. Enquanto alguns concordaram com a medida, outros a julgaram “absurda” e “preconceituosa”.
BANDAB