
Em pouco menos de dez dias, dois centros religiosos foram incendiados em Curitiba, reacendendo um debate sobre a intolerância de crenças na capital paranaense e no resto do país. Na madrugada da última quinta-feira (1), o Terreiro de Umbanda das Marias foi destruído pelas chamas, enquanto o Centro Espírita Tempo Império da Rainha foi vítima de um incêndio criminoso praticados por dois homens no dia 24 de julho. Ambos os casos aconteceram em Curitiba, e seguem investigados pela polícia.
Com esse cenário, a OAB-PR (Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Paraná) tem acompanhado de perto tais problemas. O presidente da Comissão de Direito e Liberdade Religiosa do órgão, Odacyr Prigol, afirmou que a organização está preocupada com o aumento dos números de atos preconceituoso no estado.
“São atentados muito similares entre si, que desprezam a liberdade religiosa das pessoas. É bem provável que essas situações sejam realizadas pela mesma pessoa ou grupo, então estamos colaborando com as autoridades pessoais para facilitar a identificação de quem está cometendo os crimes”, explicou à reportagem.
De acordo Prigol, a forma de atuação dos criminosos é parecida, ressaltando a importância de um debate público sobre o assunto. “Infelizmente te se tornado muito comum. Hoje a imprensa tem dado uma visibilidade maior nesses assuntos. Percebemos também um aumento da intolerância principalmente às religiões de matria africana”, revelou o representante da Ordem dos Advogados.
Segundo ele, as religiões africanas sofrem mais por haver ‘desconhecimento da sociedade em relação à práticas dessas religiões’, mas que a intolerância não está apenas restrita a elas. “Já registramos também casos de pichações a igrejas, sinagogas e a quase todas as religiões. Nenhuma está fora desse círculo de preconceito”, completou Prigol.
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