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Leite pode aumentar o risco de câncer ou não é nada disso?

A gente passa uma vida ouvindo que tomar leite faz bem à saúde, que a bebida é fonte de cálcio, essencial para as crianças, que seu consumo reduz o risco de osteoporose, até que, de repente, vem a informação: estudos correlacionam o consumo do leite com câncer de mama e de próstata. Como assim?

Há quem diga que existe o risco sim e há quem diga que não. Vamos então aos dois argumentos:

O leite e o câncer de mama

Alguns estudos não relacionam a ingestão de leite e seus derivados com o equilíbrio de cálcio no organismo. Além disso, ao contrário do que se pensa, outros estudos mostram que países que consumem pouco leite possuem menor incidência de osteoporose e fraturas ósseas.

Tudo começou em 2011 quando o departamento de nutrição da universidade de Harvard nos EUA limitou o consumo de leite e seus derivados na sua nova pirâmide alimentar. A notícia foi como uma “bomba“ no campo da nutrição. Uma das causas dessa limitação ao leite seria devido a existência de alguns estudos que correlacionam o consumo do leite com câncer de mama e de próstata.

A Associação Dietética Americana (ADA) relata que o câncer de mama é mais prevalente em países onde as mulheres consomem uma dieta com alto teor de gordura e baseada em produtos animais. A gordura saturada das carnes e produtos lácteos aumenta o risco de câncer de mama, porque as células adiposas produzem estrogênio, portanto, quanto mais gordura uma mulher tiver, mais estrogênio ela é estará fabricando no seu corpo, mesmo depois da menopausa.

É o que defende a nutricionista Jessica R. Coiado de Oliveira, de Curitiba. Segundo ela, a nutrigenética avalia o alimento em sua forma mais natural possível, item indispensável quando se pensa no maior poder de cura alimentos. E é exatamente aí que está o problema do leite quando pensamos na forma em que ele é produzido. “Temos um problema sério na produção do leito no brasil. Aqui, são permitidos hormônios recombinantes que têm influência em nosso organismo, hormônios que, inclusive, nem são permitidos em alguns países. Os hormônios endócrinos, por exemplo, podem ter relação com o câncer de mama. São vários estudos hoje que evidenciam que a presença destes hormônios pode ter relação direta com a doença”, diz a nutricionista ortomolecular, terapeuta e coach.

Mas se não tomarmos leite, não teremos falta de cálcio no organismo?

Para a nutricionista Jessica Oliveira, não é bem assim. “Não há dúvida que o leite é fonte de cálcio, mas estudos mostram que a absorção deste elemento não chega a 30% em nosso organismo. O cálcio em algumas folhas verdes, por exemplo, apesar de ter quantidade menor, oferece uma absorção muito maior. O importante é ter uma alimentação equilibrada”, explica Jessica.

 

Beba Mais Leite

Entre os defensores do consumo do leite está o médico Drauzio Varella. Ele é não concorda que o consumo da bebida está relacionado ao aumento no risco de doenças como problemas intestinais, inflamações e até câncer e transtornos psíquicos. Embora exista uma forte vertente contrária ao consumo de leite, para Drauzio, recomendar restrição ao consumo do leite de origem animal para quem não tem alergia ou intolerância é equivocado.

“O leite, mesmo o de origem animal, não deixa de ser nutritivo quando nos tornamos adultos, apenas incorporamos outros alimentos em nossa dieta, tanto por terem outros nutrientes que não estão presentes no leite quanto por aumentarem nossa capacidade gustativa. Por mais que exista uma vertente contrária ao seu consumo, o leite traz benefícios à saúde, sim. Ele ajuda na prevenção da síndrome metabólica, na redução da pressão arterial, na prevenção do diabetes tipo 2 e, claro, da osteoporose, pois quando o assunto é ingestão de cálcio, a bebida ainda é uma das fontes mais importantes do nutriente”, diz o médico

De qualquer forma, é fato que o consumo de leite e derivados caiu no Brasil cerca de 40% nas últimas três décadas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além da crença da relação do consumo do leite com o surgimento de doenças, há ainda o aumento de diagnósticos de intolerância à lactose.

Varella defende o consumo de leite e derivados como uma das fontes mais práticas para suprir as necessidades do cálcio, alegando inclusive ser a mais barata e de fácil consumo.

“Não consigo pensar numa fonte de cálcio para a criança que seja mais disponível do que o leite. Você tem uma criança que coma um prato cheio de brócolis é muito difícil. Se a criança não tem uma ingestão razoável desses alimentos, o leite é a melhor forma. E você tem que manter essa criança o mais próximo possível de um grama por dia (de cálcio). O leite é a forma mais fácil, mais disponível e mais barata”, completa.

  • com informações do site de Drauzio Varella

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Aécio Novitski

Idealizador do Site Araucária no Ar, Jornalista (MTB 0009108-PR), Repórter Cinematográfico e Fotógrafico licenciado pelo Sindijor e Fenaj sobre o número 009108 TRT-PR

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