Raphael Suss Marques, o namorado da fisiculturista Renata Muggiati, 32 anos, foi preso na noite desta sexta-feira (25), por policiais da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O rapaz, que é médico de vários lutadores de MMA de Curitiba, era investigado desde o dia em que Renata morreu, quando caiu do 31º andar do prédio onde morava, na Rua Visconde do Rio Branco, na esquina com Comendador Araújo, no centro de Curitiba.
A suspeita é de que o médico tenha estrangulado Renata, o que pode acabar com a hipótese de que ela tenha se jogado do prédio. Na delegacia, Raphael, que chegou algemado e dentro do camburão, negou tudo e disse estar tranquilo.
De acordo com o secretário da segurança, Wagner Mesquita, Raphael foi preso em virtude do laudo de asfixia mecânica, o que vai de encontro a todas as outras provas, inclusive com declarações que ele deu. A prisão é temporária, de 30 dias, mas o prazo pode ser ampliado. “A investigação ainda não terminou, a prisão é mais um passo do trabalho policial”.
A forma que tudo aconteceu fez com que a DHPP instaurasse o inquérito para apurar detalhes da queda. Em primeiro momento, falava-se apenas em suicídio, pois uma postagem no Facebook – que teria sido feita por Renata – dava adeus a vida.
Os policiais começaram a desconfiar, porque justamente a postagem do Facebook dizia também que Renata teria sido vítima de agressões pelo namorado e esse seria o motivo do suposto suicídio. Ela inclusive teria mandado fotos e pedido ajuda a um advogado criminalista, que também depôs na DHPP.
A mulher gostava muito de praticar exercícios. Ela era bastante conhecida no Facebook, rede social que usava para divulgar o trabalho como empresária e personal trainer.
Exames do IML
Na DHPP, o diretor do Instituto Médico-Legal (IML), Carlos Alberto Peixoto Batista, deu detalhes do laudo feito após a morte de Renata. Os exames comprovam que houve asfixia e que isso teria acontecido enquanto a mulher ainda estava viva. O tempo em que Renata permaneceu no IML foi o suficiente para que o órgão conseguisse fazer os exames necessários para tirar as dúvidas da polícia.
O processo de asfixia teria durado de um minuto a cinco minutos. Foi um processo longo e agonizante, que a levaria a morte, caso não fosse reanimada. “É um exame que é retirado o osso do pescoço, esse osso é encaminhado a análise patológica e o exame microscópico mostrou que a fratura aconteceu enquanto ela ainda estava viva e isso não poderia ter acontecido pela queda”, explicou o diretor.
Segundo o secretário da segurança, os primeiros laudos periciais indicam lesões no pulmão, no coração e nos ossos do pescoço. Ainda não está confirmada a informação de que ela estava morta quando caiu, mas o IML pode descobrir se ela, pelo menos, estava desacordada antes da queda. “E a asfixia aconteceu antes de morrer. Agora os próximos laudos periciais vão indicar as novas vertentes de investigação”, disse Wagner Mesquita.
As investigações agora continuam e serão comandadas pela delegada Ana Cláudia Machado. “O que já sabemos é que houve uma mudança drástica da Renata a partir do relacionamento com o rapaz. Ela chegou a emagrecer, perdeu cerca de 20 quilos, e essa mudança drástica faz com que não descartemos toda a influência feita pelo companheiro”.