Uma nova linha de ônibus vai operar entre a cidade de Araucária, Região Metropolitana de Curitiba (RMC), e a capital a partir de quarta-feira (15), para tentar diminuir os transtornos que a população da cidade enfrenta após a desintegração financeira do sistema. O trajeto será entre a Câmara Municipal de Araucária até o Terminal da Cidade Industrial de Curitiba (CIC). O problema, entretanto, é que a linha de ônibus não terá integração física com os terminais da cidade.
A criação da nova linha foi anunciada pela Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) nesta segunda-feira (13), após protestos realizados por moradores do município no Terminal Vila Angélica. Cerca de 800 pessoas chegaram a participar e reclamaram que o custo para ir e voltar de Curitiba ficou maior após a desintegração financeira. Algumas pessoas têm que pagar R$ 13,20 todos os dias para usar o sistema – o dobro do que seria usado se as linhas ainda fossem integradas. Durante o protesto, ônibus chegaram a ser depredados.
O ponto inicial da nova linha do coletivo será no centro de Araucária, em frente à Câmara Municipal, e seguirá, segundo a Comec, por regiões consideradas populosas do município. Um dos pontos será ao lado do Terminal Vila Angélica. Porém, não haverá integração com o terminal. Dessa forma, os passageiros que descem neste local ainda terão que pagar mais uma passagem caso queiram seguir viagem até o Terminal CIC.
Reunião
Durante a tarde desta segunda-feira, o diretor-presidente da Comec, Omar Akel, se encontrou com representantes da Plenária Popular pelo Transporte, que foram reivindicar melhorias no transporte entre Curitiba e Araucária. Ele disse que o objetivo é estudar a desoneração da tarifa paga pelo usuário. Akel, entretanto, não disse como isso deve ser feito.
“O reajuste da tarifa tem causado impacto muito grande sobre a população”, reconheceu o diretor da Comec, após a reunião. Ele ainda confirmou que a empresa de ônibus responsável pelo Ligeirinho Araucária/Curitiba está sendo cobrada para que a linha retorne a parar dentro do Terminal Vila Angélica. O veículo foi retirado da Rede Integrada de Transporte (RIT), o que fez usuários pularem catracas para evitar o pagamento de duas tarifas de ônibus
Segundo Rodolfo Jaruga, membro da Plenária Popular pelo Transporte, o que é necessário para melhorar a situação de Araucária é a redução do valor pago pelos usuários nas tarifas, o retorno de linhas que foram retiradas do transporte integrado e um novo modelo de integração das linhas. “Caso não haja um modelo, que continue o anterior. As linhas foram retiradas, os usuários estão pagando o dobro e a qualidade caiu”, reclama.
Uma assembleia popular com usuários do transporte do município será realizada ainda esta semana, a princípio na quinta-feira (16), para discutir as reivindicações. Os membros da plenária ainda pretender marcar uma reunião com o secretário de Desenvolvimento Urbano do Paraná, Ratinho Jr.
Entenda
A partir desta segunda-feira (13), os passageiros das linhas metropolitanas integradas com o transporte coletivo de Curitiba tiveram uma mudança na forma de pagar a passagem. Até agora, todos os usuários desses ônibus da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) estavam conseguindo passar nas catracas com o cartão-transporte da Urbs, independentemente do sentido. Mas a partir de segunda, quem seguir da RMC para a capital somente pôde pagar com o cartão da Urbs se o crédito tiver sido comprado antes do dia 6 de fevereiro. De Curitiba para a RMC não houve mudanças.
Desde o dia 6 de fevereiro, quando começou a valer o aumento do preço da passagem em Curitiba, a Comec (órgão do governo do estado que administra o transporte coletivo da RMC) anunciou que deixaria de aceitar como pagamento da passagem na RMC o cartão da Urbs.
Gazeta do Povo