Os motoristas e cobradores de ônibus decidiram, no final da tarde desta quarta-feira (7), dar um “voto de confiança” para a prefeitura e suspender a greve marcada para começar na madrugada de quinta-feira (8). A decisão aconteceu algumas horas após o presidente da Urbanização de Curitiba (Urbs), Roberto Gregório, anunciar que a Prefeitura abriu um crédito adicional de R$ 3,8 milhões, por meio do Fundo de Urbanização, para o pagamento dos repasses atrasados às empresas. Nesta manhã, os ônibus circulam normalmente em Curitiba, mas há possibilidade de manifestações pontuais no Centro de Curitiba durante a manhã de hoje.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba (Sindimoc), os trabalhadores irão esperar a quinta-feira (8) e, caso não aconteça o pagamento, podem parar na sexta. “Amanhã vamos realizar um grande ato, porque não podemos esperar que essa situação ocorra todos os meses. Estamos dando um voto de confiança e esperamos que tudo ocorra como prometido”, disse.
No microblog twitter, o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), falou sobre a medida tomada. “Acabo de assinar decreto autorizando repasse de R$ 3,8 milhões para q empresas de ônibus paguem em dia o salário de cobradores e motoristas.Fundamental evitar q trabalhadores fiquem sem receber vencimentos, q motivaria paralisação sistema transporte, gerando prejuízo p/ todos. Seguimos nas tratativas para que o Governo do Estado efetue o pagamento dos passivos do convênio vencido em 31 de dezembro”, informou.
Segundo o presidente da Urbs, as empresas urbanas irão receber o pagamento até as 14 horas, mas as metropolitanas ainda dependem do repasse da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), já que o convênio acabou com a prefeitura no último dia 31 de dezembro. “Queremos garantir tranquilidade ao morador da capital. Já conversei com o presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira, e ele se mostrou muito receptivo ao repasse”, disse.
Posição do Governo do Estado
Em nota, o Governo do Estado disse que trabalha pela manutenção da Rede Integrada de Transporte (RIT), uma conquista histórica de Curitiba e Região Metropolitana;
Em outubro de 2014, a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (COMEC) encaminhou ofício à URBS manifestando, de forma clara e objetiva, a intenção de manter o convênio que garante a integração do transporte coletivo;
O convênio deverá ser renovado com base na Pesquisa de Origem e Destino feita pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), da Universidade de São Paulo (USP). A pesquisa indicou que o custo por passageiro metropolitano é inferior ao que afirmava a Prefeitura de Curitiba, o que diminui o valor do subsídio;
O Governo do Estado honrará todas as parcelas definidas pelo convênio de 2014, como tem feito desde 2012, quando foi implantado o subsidio;
De 2012 até agora, o Governo do Estado já repassou mais de R$ 177 milhões à Rede Integrada de Transporte Coletivo de Curitiba e Região Metropolitana em forma de subsidio. Além disso, há a isenção de ICMS para o óleo diesel dos ônibus, implantada pelo Governo do Estado em 2013;
A COMEC ainda aguarda que a URBS encaminhe a planilha com o saldo do Fundo de Urbanização de Curitiba (FUC), fundo público usado para operacionalização dos serviços de transporte, solicitada em 2014.
O Governo do Estado renova a intenção de manter o diálogo com a Prefeitura de Curitiba para a manutenção da Rede Integrada de Transporte.