As rodovias federais que passam pelo Paraná tiveram mais mortes nos seis primeiros meses deste ano do que no mesmo período do ano passado. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), no entanto, o número de acidentes diminuiu, o que indica que as ocorrências ficaram mais violentas. A falta de atenção dos condutores ainda é o grande responsável pelos acidentes.
De acordo com os dados da PRF, entre janeiro e junho deste ano foram registradas 337 mortes nas rodovias federais no estado. O crescimento foi de 8,7%, já que, no mesmo período de 2016 foram contabilizados 310 mortes. Já o registro de acidentes caiu de 5.581 ocorrências, no primeiro semestre do ano passado, para 5.399 de janeiro a junho de 2017 (redução de 3,2%). O n伹ero de feridos também caiu, de 5.003, no primeiro semestre de 2017, para 4.730 nos seis primeiros deste ano (queda de 5,4%).
A tendência é de aumento das mortes em rodovias federais no Paraná no ano passado já foi registrado um crescimento em relação a 2015. Foram 583 mortes nos doze meses de 2015, contra 652 no ano passado (crescimento de 11,8%). A última queda foi registrada em 2015, quando o número de mortes caiu 25% na comparação com 2014. Foram 778 mortes em 2014.
Desatenção e velocidade
Segundo a PRF, a desatenção de motoristas e o excesso de velocidade ainda são as principais causas de acidentes com óbitos nas rodovias. Neste ano, 26% dos acidentes com mortes foram causados pela falta de atenção dos condutores, e outros 15% ocorreram em função da alta velocidade. A desatenção dos pedestres esteve na origem de 13% dos acidentes fatais registrados neste ano. Em seguida aparecem a desobediência à sinalização (8%), ingestão de álcool (6%), sono do motorista (4%) e ultrapassagens proibidas (4%). Fefeitos mecânicos dos veículos responde por apenas 2% do total de casos que envolvem mortes.
As colisões frontais são o tipo de acidentes que mais mata nas rodovias federais: de acordo com a PRF, 21% dos registros deste ano envolveram batidas de frente entre dois veículos. Os atropelamentos respondem por 16% dos casos, e saídas de pista, 13%. Em 8% dos acidentes com morte houve capotamento, mesmo índice das colisões transversais e das colisões traseiras. Tombamentos e colisões com objetos estáticos (como muretas de concreto ou barracos, por exemplo) respondem por 7% cada; já os engavetamentos está na origem de 3% dos casos.
Só no ano passado, a PRF registrou 3.567 motoristas dirigindo sob o efeito de bebidas alcoólicas em rodovias, 22,8 mil ultrapassagens irregulares e cerca de 235 mil veículos trafegando acima da velocidade máxima permitida para o trecho.
Pista seca tem 83% dos óbitos
Pista seca e trechos de reta podem ser mais perigosos para os motoristas na rodovia. Com condições favoráveis, os condutores tendem a trafegar com uma velocidade maior, o que aumenta o risco de colisões e acidentes graves. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informa que, 83% das 337 mortes registradas entre janeiro e junho deste ano nas rodovias federais no Paraná ocorreram com pista seca: 279 casos. Do total de mortes, 66% ocorreram no período noturno, e 60% em pistas simples.
Segundo a PRF, um númeero maior de acidentes é registrado com pista molhada, mas as ocorrências com pista seca tendem a ser mais graves e envolvem mais mortes. Isso porque o motorista anda em velocidades maiores com condições favoráveis, como pista seca e iluminação.
Os automóveis simples ainda são os que mais se envolvem em acidentes em rodovias: neste ano, segundo a PRF, 47% das pessoas mortas eram ocupantes de automóveis; 18% pilotavam motocicletas ou estavam na garupa; 17% eram caminhoneiros ou estavam em cabine de caminhões; 3% estavam em ônibus e outros 3% em bicicletas.