
O policial militar Rodrigo Federizzi e a esposa, presa desde a semana passada, estiveram na zona rural de Araucária, região metropolitana de Curitiba, onde o corpo dele foi encontrado no fim da manhã deste domingo (14). O casal foi até a região do bairro Campestre à procura de terrenos e chácaras à venda, já que tinham uma carta de crédito no valor de R$ 150 mil, informou uma fonte à Banda B, ligada às investigações. O corpo do policial foi encontrado por um agricultor em uma área de plantação, a cerca de meio quilômetro da estrada rural. Ele estava com o corpo esquartejado, dentro de sacolas plásticas e enterrado em uma cova rasa. As pernas ainda não foram encontradas.
De acordo com informações apuradas pela Banda B, o casal teria ido ao local um fim de semana antes do desaparecimento do policial. Uma das versões estudadas nas investigações é a possibilidade de a esposa ter cometido o crime por causa desse valor. Fontes afirmaram que ela teria pedido dinheiro emprestado a familiares e, inclusive, teria simulado um sequestro em que teria sido agredida – fato relatado por ela, em entrevista à Banda B. Ellen trabalhava em um salão de beleza e, recentemente, passou a atender em casa.
A esposa de Federezzi, Ellen Homiak Federezzi foi presa na noite de quarta-feira (10), suspeita de ter assassinado o marido. Mesmo após a descoberta do corpo ela continua negando envolvimento na morte do marido. Segundo ela, o policial teria desaparecido no dia 28 ao sair com um amigo de casa. O Boletim de Ocorrência (BO) foi registrado dia 30 de julho. Bastante emocionada, ela deu entrevista à Banda B no dia 4 de agosto sobre o sumiço do marido: “Meu filho não para de perguntar pelo pai”, disse ela.
Na manhã de hoje (15), investigadores voltaram ao local onde o corpo estava para recolher outros materiais que pudessem ser confrontados. O corpo passou por exames periciais que também serão usados no inquérito. A possibilidade apresentada pelos relatórios é que o policial teria sido morto enquanto dormia.
Versão
Antes do corpo ser encontrado na manhã de ontem (14), a esposa já havia dado nova versão aos fatos. Em depoimento oficial à polícia, ela afirmou, desta vez, que viu um homem entrando em casa, assassinando o marido e carregando o corpo para fora do apartamento. Segundo ela, esse episódio não tinha sido relatado aos policiais por medo e, por isso, teria ido em frente com o sumiço do marido.
Sobre as marcas de sangue e o serrote, Ellen não sabe dizer o que teria acontecido e que acredita que o homem tenha voltado à casa dela para deixar a ferramenta para incriminá-la. A nova versão foi incluída nos autos, embora ela não apresente e não tenha detalhes sobre quem seria esse homem assassino.
Investigação
Durante as investigações sobre o paradeiro do policial, detalhes foram somados ao inquérito, que culminaram na prisão de Ellen. O filho de apenas 9 anos contou aos tios que ouviu um estampido, som característico de disparo de arma de fogo, e logo em seguida a mãe saindo do quarto, pedindo para que ele fosse brincar fora de casa. Antes de registrar B.O sobre o desaparecimento, a esposa do policial levou o carro da família a um lava car.
Familiares do soldado disseram à polícia que a esposa mudou os móveis de lugar e estava empenhada em uma limpeza geral na casa. A alegação dela é que a residência trazia lembranças do marido. Ela chegou a contratar os serviços de um pintor, mas o serviço não foi executado devido à prisão na noite do último dia 10. Três dias antes do crime, Ellen levou para a casa três malas de viagem, dizendo que precisava se desfazer de objetos e roupas, mas elas não foram mais encontradas após o crime.
No entanto, o pedido de prisão temporária, válida por 30 dias, foi pedida à Vara Criminal de Curitiba após investigadores encontrarem vestígios de sangue no quarto, no banheiro, no corredor e também em um serrote, guardado em um dos cômodos da casa. Embora com a casa limpa, o uso da substância química luminol fez com que o sangue reagisse e os investigadores puderam concluir que a esposa estava mentindo sobre o desaparecimento do marido.
Comoção
A Polícia Civil afirmou à Banda B que não vai se pronunciar sobre o caso até que adquira mais materialidade dos fatos. Até lá, a Secretaria de Segurança Pública (SESP-PR) pode se manifestar por meio de nota, quando achar necessário. Também não vai se pronunciar sobre em qual local ou presídio Ellen está detida, para evitar possível tentativa de invasão diante da revolta de familiares e amigos.
Sepultamento
O corpo do policial foi liberado do Instituto Médico Legal (IML) aos familiares na manhã de hoje (15), por volta das 8h30. Por decisão da família, o corpo do policial foi sepultado na Paróquia Campo Comprido, sem a realização de velório.
BANDAB