O preço de refrigerantes e cervejas deve subir depois que entrar em vigor, em 1º de maio, a lei que aumenta impostos e altera o modelo de cobrança de tributos de bebidas frias (refrigerantes, cervejas, energéticos e isotônicos).
A mudança deve gerar aumento de 5%, em média, no preço final das bebidas para o consumidor, segundo Fernando Rodrigues de Bairros, presidente da Alfrebras (Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil).
A estimativa é que, com o aumento de impostos, a carga tributária cobrada do setor suba 10%.
“O preço sofrerá também o impacto da atualização da base de cálculo, já que a usada hoje é de 2012”, disse Bairros.
No novo modelo, a cobrança de PIS/Pasep será de 2,32% e a de Cofins, de 10,68%. O IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados) será de 6% para as cervejas e de 4% para as outras bebidas.
As alíquotas são fixas e vão incidir sobre o preço do produto ao sair da fábrica. Assim, itens mais caros pagarão mais imposto.
Hoje, os tributos do setor são cobrados utilizando-se um cálculo que leva em conta o volume, a embalagem e o preço do produto.
Bairros acredita que, a longo prazo, a mudança será vantajosa para a indústria. “Em um primeiro momento, o novo modelo é penoso para o empresário, mas depois será bom porque a alíquota igual para todo mundo vai trazer equilíbrio para o setor.”
Menos burocracia
O presidente da CervBrasil (Associação Brasileira da Indústria da Cerveja), Paulo Petroni, também acha a mudança benéfica.
“É um modelo menos burocrático, que permite planejamento das empresas porque elas vão saber com antecedência quanto vão pagar de impostos”, afirmou.
Sobre o repasse do aumento de tributos para o consumidor, Petroni prefere não fazer previsões e diz que será possível medir esse impacto até o final do primeiro semestre.
“Cada empresa vai tomar decisões sobre alteração de preço dentro da sua estratégia, já que quem aumentar o preço vai pagar mais imposto”, disse.
A cerveja foi um dos produtos cujo preço mais aumentou em 2014, de acordo com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Enquanto a inflação acumulada no ano foi de 6,4%, o preço da bebida subiu quase 10%. O preço de refrigerantes e água mineral também aumentou bastante no período, subindo 8,8%.
Portal UOL