Os vereadores de Curitiba aprovaram, nesta terça-feira (11), o projeto que prevê a implantação da bilhetagem eletrônicanos ônibus do transporte coletivo. Polêmico, o projeto estava em pauta desde o ano passado, mas parado por um temor de demissão em massa dos cobradores de ônibus. A matéria foi aprovada graças a um acordo da Urbanização de Curitiba (Urbs) com o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus (Sindimoc), que prevê que a mudança será gradual e ocorrerá ao longo de quatro anos.
Presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira subiu na tribuna para explicar como a mudança será feita. De acordo com ele, encontrou-se um meio termo entre o sustento das famílias e a tecnologia. “Quinhentos cobradores serão requalificados por ano. Muitos [cobradores] serão aproveitados como motoristas, outros vão se aposentar. Em média, 800 já saem todos os anos, por vários motivos”, explicou.
De iniciativa da Prefeitura de Curitiba, o projeto recebeu um substitutivo do vereado Rogério Campos (PSC). O entendimento é que sem “exclusividade”, a redação garante o compartilhamento do trabalho entre a bilhetagem eletrônica e os cobradores durante a transição.
O projeto aprovado altera o artigo 2º da lei municipal 10.333/2001, que dizia que “deverão ser mantidos os cobradores nas estações-tubo, terminais de transporte e no interior dos coletivos, ressalvados aqueles atendidos pelas estações-tubo e o microônibus”. A nova redação elimina as restrições, afirmando que “fica autorizada a implementação do Sistema de Bilhetagem Eletrônica do Município por meio da utilização dos cartões transporte nos pontos de acesso aos serviços de transporte coletivo do Município de Curitiba”.
Na segunda-feira (10), o prefeito Rafael Greca já havia novamente defendido as mudanças. “É um atraso Curitiba não ter bilhetagem eletrônica. Uma cidade não pode ser condenada a não ter o progresso. Se fosse no século XIX, seria como um projeto que proibisse a lâmpada elétrica: ‘Curitiba será sempre iluminada por vela’. É muito bonito, mas é melhor ter a lâmpada elétrica”, disse.
Banda B