O Autódromo Internacional de Curitiba (AIC) deve se despedir dos grandes eventos de automobilismo em junho de 2016 – e de forma definitiva.
De acordo com o empresário Jauneval de Oms, o Peteco, dono de metade do empreendimento, o negócio que transformaria o local em um complexo misto imobiliário, comercial e residencial está fechado, com assinatura prevista para as próximas semanas. A pista, no entanto, seria mantida como ‘recordação histórica’ para ser utilizada em raros eventos privados, como a Porsche Cup, por exemplo. Tanto a arquibancada como o kartódromo seriam demolidos.
“Temos calendário até junho. Depois, com certeza, não terá mais nada. Aliás, até o mês de junho depende de algumas coisas”, disse Jauneval à Gazeta do Povo.
“Temos uma proposta irrecusável, que está fechada, só estamos tentando melhorar as condições para nós. Ninguém gosta de automobilismo mais do que eu, mas é preciso ser realista… Chegamos ao fim da linha. Vamos conservar o circuito apenas”, completou.
Em outubro, depois do anúncio de que o terreno de 560 mil metros quadrados localizado na divisa de Pinhais e Curitiba estava próximo de ser vendido, um grupo de pessoas ligadas ao automobilismo se mobilizou para tentar salvar o autódromo.
A intenção seria comprar os 50% de Peteco – a outra parte é do empresário Fortunato José Guedes, que deu o aval para a ideia – e levantar no local um complexo com hotel, supermercado e prédios comerciais, além do autódromo remodelado.
O projeto, contudo, não agradou Jauneval, que foi enfático. “Está totalmente fora. Esqueça, não existe essa possibilidade de pagarmos o investimento [feito no AIC] com eventos. Me reuni com o Reginaldo Leme e o Fortunato depois da etapa da Stock. O Reginaldo tem boa vontade, a prefeitura tem boa vontade, o governo tem boa vontade, mas isso não paga a conta”, justificou o empresário, que investiu R$ 13 milhões no autódromo em 1995, quando assumiu o controle do circuito.
Grupo ainda tenta salvar o autódromo
Dono da empresa de marketing que busca investidores dispostos a manter o AIC em funcionamento, Roger Rieger garante que tentará impedir a venda da pista até o último instante. Segundo ele, dois fundos consultados têm interesse no negócio, mas ainda não foi dado sinal verde para a formalização de uma proposta.
“Economicamente para a região e a cidade o nosso projeto seria incomparável. O Peteco precisa vender. O nosso projeto ofereceria mais retorno… Sem contar a geração de empregos, arrecadação e valorização da região. O que o grupo está propondo é nada em comparação. Vai virar uma pista particular para ricos”, lamenta.
GAZETA DO POVO