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Supervisor diz que funcionário que impermeabilizava sofá não tinha conhecimento técnico do que fazia

O supervisor da empresa de impermeabilização envolvida na explosão de um apartamento do bairro Água Verde, em Curitiba, prestou depoimento à Delegacia de Explosivos, Armas e Munições (Deam) nesta terça-feira (2). À polícia, Everton Gesse Skau disse que estava trabalhando no local há apenas 11 dias e que nem ele, nem o funcionário Caio Santos, tinham conhecimento técnico para o serviço.

Para o advogado Maurício Zampieri, isso mostra que a responsabilidade deve recair sobre os proprietários da empresa. “O Everton foi bem claro e esclarecedor da pouca experiência que tinha na empresa. Ele falou sobre as más condições de trabalho, falta de conhecimento técnico e de mão de obra e também sobre os equipamentos de segurança que a empresa dispunha. Nos salta aos olhos a falta de conhecimento dele sobre a gravidade do produto, nem o nome do maquinário ele conhecia”, afirmou.

A explosão aconteceu na manhã do último sábado (29), na Rua Dom Pedro I. O menino Mateus Lamb, de 11 anos, foi arremessado para fora do apartamento, no sexto andar, e foi parar no térreo. Ele chegou a ser socorrido com vida, mas não resistiu aos graves ferimentos. Mateus era irmão de Raquel Lamb, de 23, que estava no apartamento com o marido, Gabriel Araújo, 29, e o técnico que faria a impermeabilização, Caio Santos, de 30. Raquel e Caio sofreram queimaduras de 3º grau durante a explosão e estão sedados e em estado grave. Gabriel segue com boa recuperação, mesmo assim não tem previsão para alta.

No depoimento, Everton disse que estava aprendendo a usar os equipamentos por orientação de Caio. “A quem cabe responder a questão de como um supervisor sem conhecimento técnico é contratado, são os proprietários. Nunca houve um curso e o próprio Caio aprendeu com o proprietário, no tête-a-tête. Questionados sobre a segurança, os funcionários apenas ouviam que era momento de crescer e não de investir nisso. Era uma situação caótica”, disse.

Questionado ainda sobre como conheceu os proprietários, Everton disse ter trabalhado com eles em um lava car, em 2012.

Alvará

Também nesta terça, a Polícia Civil confirmou que a empresa envolvida no incidente não tinha autorização para manusear produtos controlados pelo Exército. Em consulta ao sistema, não foi encontrado o CNPJ da empresa.

Até o momento, não está claro nem se houve crime no local ou se o ocorrido trata-se de um acidente, mas a Deam não descarta até mesmo indiciar responsáveis por homicídio se constatado crimes.

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Aécio Novitski

Idealizador do Site Araucária no Ar, Jornalista (MTB 0009108-PR), Repórter Cinematográfico e Fotógrafico licenciado pelo Sindijor e Fenaj sobre o número 009108 TRT-PR

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