
O supervisor da empresa de impermeabilização envolvida na explosão de um apartamento do bairro Água Verde, em Curitiba, prestou depoimento à Delegacia de Explosivos, Armas e Munições (Deam) nesta terça-feira (2). À polícia, Everton Gesse Skau disse que estava trabalhando no local há apenas 11 dias e que nem ele, nem o funcionário Caio Santos, tinham conhecimento técnico para o serviço.
Para o advogado Maurício Zampieri, isso mostra que a responsabilidade deve recair sobre os proprietários da empresa. “O Everton foi bem claro e esclarecedor da pouca experiência que tinha na empresa. Ele falou sobre as más condições de trabalho, falta de conhecimento técnico e de mão de obra e também sobre os equipamentos de segurança que a empresa dispunha. Nos salta aos olhos a falta de conhecimento dele sobre a gravidade do produto, nem o nome do maquinário ele conhecia”, afirmou.
No depoimento, Everton disse que estava aprendendo a usar os equipamentos por orientação de Caio. “A quem cabe responder a questão de como um supervisor sem conhecimento técnico é contratado, são os proprietários. Nunca houve um curso e o próprio Caio aprendeu com o proprietário, no tête-a-tête. Questionados sobre a segurança, os funcionários apenas ouviam que era momento de crescer e não de investir nisso. Era uma situação caótica”, disse.
Questionado ainda sobre como conheceu os proprietários, Everton disse ter trabalhado com eles em um lava car, em 2012.
Alvará
Também nesta terça, a Polícia Civil confirmou que a empresa envolvida no incidente não tinha autorização para manusear produtos controlados pelo Exército. Em consulta ao sistema, não foi encontrado o CNPJ da empresa.
Até o momento, não está claro nem se houve crime no local ou se o ocorrido trata-se de um acidente, mas a Deam não descarta até mesmo indiciar responsáveis por homicídio se constatado crimes.