O Museu Nacional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), comemorou hoje (7), com várias atividades abertas ao público, os 90 anos da visita do físico alemão Albert Einstein ao Rio de Janeiro. O roteiro foi cumprido pelo cientista no dia 7 de maio de 1925 e incluiu uma visita ao Museu Nacional, situado na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, ao Observatório Nacional (ON) e ao Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast), entre outras instituições.
O vice-diretor do Museu Nacional, Renato Ramos, disse que a ideia de comemorar a visita surgiu há um mês, quando ele estava na seção de fotografia da instituição e viu a célebre foto de Einstein com pesquisadores na escadaria do prédio. Durante o evento 90 Anos da Visita de Einstein ao Museu Nacional, o pesquisador da Coordenação de História da Ciência do Mast Alfredo Tiomno Tolmasquim e o professor do Instituto de Física da UFRJ Ildeu de Castro Moreira falaram sobre a importância de Einstein para a ciência e de sua passagem pelo Brasil.
“A passagem dele não foi importante só para o Museu Nacional. Ele esteve em outras instituições científicas. Foi importante para o Brasil naquele momento em que o país ainda engatinhava na parte de educação universitária. A presença dele foi muito forte, muito marcante”, disse Renato Ramos. “A gente espera repetir isso nos próximos anos, só que juntamente com outras instituições onde ele esteve também.”
O pesquisador Alfredo Tolmasquim, do Mast, avaliou, que a passagem de Albert Einstein pelo Rio de Janeiro se destaca em dois aspectos. “Era uma comunidade científica ainda pequena. O Brasil teve o seu desenvolvimento científico tardio, e a visita dele serviu, de um lado, para colocar a ciência na grande mídia, visto que os jornais abriram espaço para os cientistas publicarem matérias e quase artigos mais acadêmicos, discutindo, por exemplo, o que era a teoria da relatividade.”
Outro aspecto foi no sentido de colocar o meio acadêmico mais próximo do que estava sendo desenvolvido na Europa no período, trazendo debates grandes sobre do que era constituída a luz, por exemplo. Tolmasquim disse que uma viagem não modifica o meio acadêmico de um país, como o Brasil, que sofreu uma influência muito forte do positivismo, baseado nas ideias do físico inglês Isaac Newton.
Tolmasquim explicou, porém, que a visita de Einstein reforçou o grupo de professores que já estavam interessados nas novas ideias científicas que surgiam, no início do século 20, e que envolviam a teoria quântica, a teoria da relatividade, novas formas de trabalhar a matemática e a astrofísica. “Ajudou a fortalecer esse tipo de pensamento”.
Um painel em tamanho natural com Einstein e o professor Roquette Pinto, do Museu Nacional, foi colocado no mesmo local onde eles tiraram a foto, há 90 anos. Por meio da tecnologia de ponta de realidade aumentada, que permite uma visão ampliada de forma digital, os visitantes puderam se inserir na famosa fotografia, ao lado do cientista alemão, autor da teoria da relatividade e Prêmio Nobel de Física de 1921.
No sábado (9), será a vez de o Mast desenvolver uma série de atividades dedicadas ao cientista, dentro também das comemorações dos 30 anos do museu, vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Ramos disse que, a partir de 2016, a ideia é tentar envolver no evento o Jardim Botânico, o Clube de Engenharia, o Observatório Nacional, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Escola Politécnica, que “foram os locais onde o Einstein proferiu palestras ou visitou”. A meta é fazer a Semana do Einstein no início de maio, visando, daqui a dez anos, comemorar o centenário da visita “da forma como ele merece”.
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