Desde o ano passado, o Ministério da Saúde (MS) está tendo dificuldade em realizar o repasse regular de algumas vacinas para os municípios, afetando o processo de vacinação em todo o país. Em Araucária, no momento, as doses com maior redução de estoque são: tetra viral, hepatite A, antirrábica, tríplice bacteriana e poliomielite oral.
A Secretaria de Saúde de Araucária está preocupada com a instabilidade nas remessas que recebe, pois a falta acaba sendo um desestímulo para a imunização. “Se existe a procura espontânea do paciente por certa vacina e a mesma não foi regularmente reabastecida pelo Ministério da Saúde, o cumprimento do calendário vacinal do indivíduo e toda programação de imunização da população é afetada”, comenta o coordenador do Departamento de Atenção Básica de Araucária, Alexandro Radin.
Uma medida que município está tomando para tentar otimizar o uso das poucas doses recebidas é a regionalização temporária das salas de vacina. Entenda porque essa mudança no fluxo de atendimento está sendo realizada como alternativa no fluxo de distribuição das doses escassas.
Por que a regionalização?
Como os frascos de vacina contém várias doses e a vida útil do conteúdo líquido é de apenas algumas horas após aberto, para que não haja desperdício do pouco material que está sendo fornecido, as unidades de saúde foram agrupadas em regiões e as vacinas são agendadas para uma data e horário específico (na própria unidade ou em outra unidade da região), para que quando o frasco for aberto possa ser todo aproveitado. Ou seja, se for uma embalagem com dez doses, que as dez doses sejam utilizadas antes de perder a vida útil. Ressaltamos que a regionalização está sendo adotada apenas para a distribuição das vacinas em falta.
Como estão agrupadas as unidades por região
– Santa Mônica, Costeira, Shangrilá, Tupy
– Vila Angélica, Padre Chico, Dona Terezinha, Califórnia
– Industrial
– Boqueirão, CSU e CSA (referência para todas as UBSs do interior)
Vacina antirrábica apenas no pronto atendimento
Outra mudança que tem sido adotada é a ministração da vacina antirrábica, aplicada contra a raiva, apenas no Pronto Atendimento Adulto e Infantil de Araucária, para centralizar a distribuição, já que a quantidade disponível desta vacina também está muito reduzida.
“Estas adequações que temos feito são para tentar minimizar o impacto da falta dessas vacinas para a população. Claro que a situação que nos encontramos não é a ideal, mas como o Ministério da Saúde não tem se pronunciado sobre a previsão de uma solução, precisamos gerir as doses de maneira que cheguem ao máximo de pessoas possível”, opina a Diretora do Departamento de Vigilância em Saúde, Alexsandra Tomé.
Entre as justificativas utilizadas pelo Ministério da Saúde sobre os atrasos dos imunobiológicos estão: “desembaraço alfandegário” das importadas e indisponibilidade de fornecedores. Ou seja, mesmo que os municípios tentem adquirir as vacinas por conta própria, os fornecedores seriam os mesmos que entregam para o Ministério da Saúde e as mesmas dificuldades seriam encontradas.
SMCS