A Urbanização de Curitiba (URBS) cometeu um erro que resultou em pagamentos a mais para as transportadoras de transporte coletivo. Após um pagamento extra de R$ 1,6 milhão registrado em janeiro e fevereiro de 2024, a autarquia repetiu a falha em maio, pagando R$ 4,8 milhões a mais. O problema, conforme admitido pela URBS, foi causado pela falta de atualização da alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que havia sido reduzida pelo Governo Federal no final de 2023 de 2% para 1%.
O erro foi identificado em março, quando a URBS emitiu o pagamento extra na resolução que define a tarifa técnica — valor pago às empresas de entrega pelo serviço — para os meses de março e abril. No entanto, mesmo após a identificação do problema, a falha se repetiu em maio. A tarifa técnica aplicada foi de R$ 7,1593 por passageiro equivalente pagante, mas na revisão de junho, publicada em 14 de novembro, foi ajustada para R$ 6,7559, representando uma diferença de R$ 0,40 por passageiro e um total de R$ 4.769.316,71 no mês.
Caso o montante tivesse sido aplicado em uma poupança ou em investimentos com rendimento de 100% do CDI, poderia ter gerado ganhos entre R$ 137 mil e R$ 222 mil no período em que o erro persistisse.
A tarifa técnica considera custos como combustíveis, manutenção, recursos humanos, impostos e rentabilidade do serviço. O Plural calculou, com base em dados fornecidos pela URBS, que o déficit do sistema de transporte em 2024 chega a R$ 125 milhões, diferença entre a arrecadação com passagens e o valor recebido pelas entregas, coberto com recursos do tesouro municipal. Embora o orçamento de Curitiba tenha previsto R$ 60 milhões anuais para “equilíbrio tarifário”, o déficit ficou consistentemente acima desse valor. O orçamento de 2025, em tramitação na Câmara Municipal, mantém a previsão de R$ 60 milhões para essa finalidade.
*Com informações de Plural