
Advogados de defesa e assistente de acusação no caso que investiga a morte da youtuber Isabely Cristine Santos, de 14 anos, bateram boca diante de jornalistas na tarde desta sexta-feira (16), logo após a audiência de custódia que ouviu os suspeitos do crime no Fórum de Pontal do Paraná, no litoral do Estado.
O advogado Claudio Dalledone Junior, que defende os irmãos Everton e Cleverson Vargas, interrompeu a entrevista concedida pelo criminalista Elias Mattar Assad, que é assistende de acusação e advogado da família da menina.
Everton e Cleverson Vargas estavam no carro de onde partiu o disparo que matou Isabely. Everton confessou ter atirado, mas alegou ter reagido para proteger a família de uma suposta ameaça. Ele alegou que outro carro teria ultrapassado seu veículo em alta velocidade. Os dois tiveram a prisão preventiva decretada.
“O que se tem de concreto são disparos de arma de fogo de alguém que confessadamente procedeu esses disparos e não nega que fez os disparos e temos uma menina de 14 anos que foi sepultada. Porque lá dentro o próprio cliente (de Claudio Dalledone) e acusado disse que ouviu um tiro e que por isso ele reagiu a tiros”, disse Mattar Assad, no momento em que foi interrompido por Dalledone aos gritos.
“Mentira! Está gravado. Não falte com a verdade, isso não foi falado”, bradou Dalledone.
“Não vou calar aqui. Vou pedir que a polícia impeça ele de interromper a entrevista. O senhor tem uma tradição de desrespeito”, gritou Mattar Assad.
“Por que uma youtuber ia dar meia volta para abordar alguém?”, questionou o assistente de acusação ao retomar a entrevista.
Em entrevista à RPCTV na quinta-feira, os irmãos disseram que não tinham a intenção de matar ninguém e se mostraram arrependidos. Everton, que teria efetuado o disparo, disse que se assustou porque quando o viu o carro em que a menina estava retornar pensou se tratar de um assalto. “Simplesmente atirei para cima, eu não mirei em algum lugar. Simplesmente foi para preservar a minha família. A preocupação foi essa. Jamais eu quis acertar alguém, jamais”, disse.
Também em entrevista à TV, a mãe da menina, que estava junto com a filha quando ela foi morta, disse que não perdoa os assassinos. “Eu não entendo até agora o porque foi feito isso. Eles dois acabaram com o sonho de uma menina de 14 anos. Acabaram com a minha vida. Não está sendo fácil para mim estar vendo a minha filha sendo velada agora, com 14 anos. Com tudo pela frente. Cheia de sonho”, afirmou a mãe da menina.
BEM PARANÁ