Polícia

Caso Shanduca: polícia indicia duas mulheres e novas denúncias reforçam investigação

Criança autista amarrada em cadeira deu início à apuração; outras famílias relatam maus-tratos; Funcionamento da escola foi suspenso

Mais de uma semana após o caso envolvendo o Centro de Educação Infantojuvenil Shanduca vir à tona, a investigação conduzida pela Delegacia de Polícia Civil de Araucária já resultou no indiciamento de duas pessoas e no surgimento de novas denúncias.

A ocorrência inicial, registrada em 7 de julho, chamou atenção da comunidade local e repercutiu amplamente na mídia. Na ocasião, um menino de 4 anos, com diagnóstico de autismo nível 3 e não verbal, foi encontrado amarrado com cordas à cadeira de um banheiro da escola. A professora responsável foi presa em flagrante e, posteriormente, recebeu autorização para cumprir prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica. Ela tem 18 anos e atuava como assistente de sala.

Além desse episódio, outras cinco denúncias de maus-tratos envolvendo diferentes alunos da mesma instituição foram formalizadas na delegacia. Ex-funcionários, professoras e a própria diretora da escola, Daniela Zimermann, também foram ouvidos no inquérito. Em depoimento, a diretora negou ter conhecimento das agressões e afirmou que não autorizou nenhum tipo de conduta abusiva.

Diante dos relatos, a Polícia Civil abriu dois inquéritos: o primeiro relacionado ao flagrante do dia 7 de julho e o segundo para apurar os demais casos que surgiram posteriormente. As duas mulheres indiciadas — a professora e uma suposta pedagoga da escola — devem responder por crimes de tortura e maus-tratos.

O caso também teve desdobramentos administrativos. No dia seguinte à denúncia inicial, a Secretaria Municipal de Educação (SMED) solicitou ao Conselho Municipal de Educação (CME) a suspensão cautelar da instituição. O pedido foi aceito no dia 10 de julho, após reunião extraordinária do conselho, que considerou também um ofício encaminhado pelo Conselho Tutelar Leste relatando grave violação de direitos.

Com a decisão, a escola teve sua autorização de funcionamento suspensa. A instituição, que atendia crianças da primeira infância, segue fechada enquanto as investigações continuam. A Polícia Civil afirma que os trabalhos seguem em andamento, com novos depoimentos sendo colhidos para apuração completa dos fatos.

Felipe Reis

Jornalista pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Tenho interesse em temáticas relacionadas à Politicas Públicas, Cultura, Diversidade e Inclusão, Educomunicação e Meio Ambiente voltadas a multimidialidade. Atuo com a produção de noticias, entrevistas, notas e cobertura de eventos para os diversos meios de comunicação.

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