Casos de diagnóstico tardio de HIV/Aids preocupam

A Secretaria Municipal de Saúde de Araucária (SMSA) alerta para a ocorrência de diagnósticos tardios de HIV/Aids no município. Somente no mês de maio de 2017, 66% dos casos positivos se deram de maneira tardia, quando pode ocorrer internamento e até risco de morte. No mês de julho foram seis novos casos diagnosticados no Serviço de Orientações às DST/HIV/Aids (SOA) e na Unidade de Pronto Atendimento (UPA); um deles com falecimento poucos dias após diagnóstico.

O diagnóstico precoce, seguido dos encaminhamentos e cuidados necessários, possibilita melhor qualidade de vida à pessoa com o vírus HIV. O teste rápido (que é gratuito) pode ser realizado em qualquer unidade básica de Saúde ou SOA com a garantia de sigilo.

De acordo com o SOA, os usuários da Saúde com diagnóstico tardio já costumam relatar sinais como emagrecimento, fraqueza, indisposição, relato de nódulos e ínguas, algumas vezes diarreia diária. “Parte descobre que possui o vírus HIV/Aids somente ao ser atendido em um serviço de urgência e emergência, como a UPA. Isso é ruim porque já vai [ao atendimento] porque está doente”, explicou a coordenadora do SOA, Cleonice Aparecida Oliveira. No caso do HIV, há pessoas que só descobrem o vírus quando fazem o teste, já que, a infecção pode passar despercebida (assintomática), mas desde a contaminação o vírus é transmissível.

Os números do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) mostram que, entre 01/01/2016 e 30/06/2017, Araucária teve 183 diagnósticos de Aids em adultos (acima de 13 anos). Desses, 95 casos foram na faixa dos 20 aos 34 anos e 60 casos foram na faixa dos 25 anos a 49 anos. O grupo de 15 a 19 anos teve 14 casos confirmados neste mesmo período e, segundo o SOA, é uma faixa etária que vem registrando aumento de resultados positivos.

Gestantes – Os dados do Sinan também mostram 14 registros de gestantes com HIV entre 01/01/2016 e 30/06/2017; metade entre os 20 e 34 anos (que é a faixa etária mais comum de gravidez). A maioria dessas mulheres são diagnosticadas com HIV quando já estão grávidas. É importante destacar que hoje em dia não há impedimentos para que uma mulher com HIV+ possa engravidar, mas é preciso que a gestação seja devidamente acompanhada. Quando todos os cuidados são tomados antes e durante a gestação, parto e amamentação, a chance de que o bebê nasça sem o vírus pode chegar a 98%.

Uma mulher que esteja amamentando pode ser contaminada e transmitir o vírus para a criança por meio do leite materno. O uso de preservativo é muito importante durante este período não só para a saúde da mulher, mas também da criança. Em 2016, Araucária registrou 1 caso de transmissão de HIV da mãe para o bebê. Neste caso, a criança é encaminhada para atendimento de um infecto pediatra dentro da rede do SUS e a mãe passa por acompanhamento do SOA.

Sífilis – Também transmitida por relação sexual, a sífilis é outra doença que pode afetar o bebê durante a gestação. Desde 2010, Araucária tem um trabalho importante para prevenir que esta transmissão ocorra. Houve ano com 24 registros de transmissão da mãe para o bebê. Nos últimos 18 meses, conforme dados do Sinan, este número foi de 10 diagnósticos. Quando não provoca aborto, a sífilis pode causar má formação congênita de órgãos vitais e de membros da criança, além de cegueira ou surdez. Com acompanhamento dos profissionais de Saúde ao longo da gestação é possível minimizar efeitos ou até evitar sequelas. Quanto mais cedo a doença for diagnosticada, menor será o risco para a criança.

A equipe do SOA destaca que a doença é evitável e tratável. Assim como para o HIV, os cuidados para evitar que o bebê possa ser infectado devem começar antes mesmo da gravidez. A rede de Saúde municipal oferece uma bateria de exames para que a mulher saiba se está tudo bem com sua saúde antes de engravidar. O futuro pai também pode fazer a bateria de exames. Basta procurar orientação na unidade básica de Saúde mais próxima da residência.

Teste rápido – Para fazer o teste rápido basta apresentar um documento com foto. Não é necessário agendar o teste ou de encaminhamento médico. A partir dos 13 anos de idade, não é necessário estar acompanhado. O SOA atende de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h (sem fechar para almoço). Mais informações: 0800-6424125 ou (41)3901-5190.

smcs