
Centenas de manifestantes se reuniram, por volta das 18h, desta terça-feira (13), em frente à Universidade Federal do Paraná (UFPR), na Praça Santo Andrade, em Curitiba, para protestar contra o programa federal Future-se e os cortes na educação pública ordenados pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL). O ato contou com a presença de professores, estudantes e entidades sindicais que seguiram com o protesto em caminhada até a Boca Maldita, no centro de Curitiba.
O professor Hermes Leão, presidente da APP-sindicato, conta que a manifestação faz parte de uma agenda nacional e que entre as pautas do movimento também estão a previdência e o emprego. “Estão ocorrendo mobilizações no Brasil inteiro, nesta data, em defesa da educação pública, desde o ensino básico até o ensino superior. Além disso, esse ato é uma defesa da previdência e do emprego, pois continuamos vivendo em um país com um alto índice de desemprego”, afirmou Leão que criticou o programa Future-se apresentado pelo ministro da educação, Abraham Weintraub.
“Nós temos um entendimento de que esse programa precariza o olhar para a universidade pública e os rumos da inclusão da juventude no acesso à ciência e ao conhecimento, especialmente daqueles que vêm da escola publica. Essa mercantilização apontada pela reforma universitária, inclusive a reforma do Ratinho Júnior, sobre as nossas universidade estaduais, é uma pauta que tem tido a nossa participação”, disse o presidente da APP-sindicato.
A presidente da União Paranaense dos Estudantes (UPE), Isabela Marinho, de 23 anos, também criticou o programa do governo e estimou que o ato, ainda em seu início, já reunia em torno de 3 mil pessoas. “O Future-se é um projeto que visa alterar a autonomia universitária, mas é só mais um método para precarizar e privatizar a universidade pública. Estimo que agora estamos em 3 mil pessoas aqui, já que o ato ainda esta no início, mas acredito que devemos chegar em cinco ou oito mil pessoas”, opinou Isabela.
Jose Roberto Vasconcelos Galdino, professor de história da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), afirma que os protestos espalhados pelo país são contra todas as políticas governamentais para a educação em todos os níveis. “Todas as políticas governamentais que a gente tem hoje, tanto a nível federal como em nível estadual, cortam verbas da educação, tanto que estamos em greve na UEPG”, disse o professor que defende investimentos no setor e atua como docente da UEPG desde 1991.
“Professor está sempre em briga, pois educação e cultura sempre estão na rabeira dos investimentos, e você precisa investir para ter qualificação profissional, desde a base até o ensino superior”, defendeu Galdino.
Os atos foram organizados pela UNE (União Nacional dos Estudantes) e se espalharam por mais de 70 cidades em todos os estados do país.
Banda B