
A operação da Polícia Federal (PF) que atingiu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na manhã desta sexta-feira (18) gerou repercussão imediata na imprensa internacional. Diversos veículos destacaram as medidas restritivas impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), como o uso de tornozeleira eletrônica, a proibição de usar redes sociais e de manter contato com diplomatas estrangeiros e outros investigados — entre eles, o próprio filho do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro.
O jornal norte-americano The New York Times classificou a ordem de uso da tornozeleira como “uma forte escalada” no que chamou de rivalidade política entre autoridades brasileiras e o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que estaria envolvido indiretamente no contexto por meio de declarações e medidas retaliatórias.
A agência Reuters deu destaque às buscas realizadas na residência de Bolsonaro e também em gabinetes ligados ao Partido Liberal (PL), legenda do ex-presidente. Já o britânico The Guardian associou a operação à recente crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos, após Trump anunciar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, sugerindo que a medida seria uma retaliação ao julgamento de Bolsonaro.
A Bloomberg e o Washington Post também enfatizaram o uso da tornozeleira eletrônica, enquanto a rede de TV CNN chamou atenção para o dinheiro apreendido na casa do ex-presidente e as restrições quanto a contatos internacionais.
A emissora conservadora Fox News divulgou a notícia como “breaking news” nas redes sociais, enquanto a rede árabe Al Jazeera vinculou Bolsonaro a protestos no Brasil e destacou as ameaças comerciais de Trump como pano de fundo da operação.
O jornal espanhol El País descreveu a cena dizendo que Bolsonaro “amanheceu com a visita mais temida, a da Polícia Federal”. A publicação também apontou Eduardo Bolsonaro como o “artífice da estratégia de pressão via Trump” e destacou que o ex-presidente está proibido de manter contato com ele.
A operação da PF, confirmada por advogados de defesa de Bolsonaro, cumpre mandados de busca e apreensão em Brasília e em endereços ligados ao PL. Além das medidas já citadas, o ex-presidente terá de cumprir recolhimento domiciliar noturno, das 19h às 7h. As ações fazem parte de investigações em curso no Supremo Tribunal Federal.