
A Petrobras decidiu suspender a produção das fábricas de fertilizantes de Sergipe e da Bahia para estancar prejuízos que totalizaram R$ 800 milhões só no ano passado. Em comunicado ao mercado nesta terça-feira, a Petrobras anunciou que decidiu interromper as atividades em suas Fábricas de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen) em Sergipe e na Bahia.
O diretor de Refino e Gás da companhia, Jorge Celestino, explicou que as duas unidades, assim como as outras duas, a UFN-III, em Três Lagoas, no Mato Grosso, e a Ansa, em Araucária, no Paraná, estão no programa de desinvestimentos da Petrobras. No entanto, a decisão de hibernar as duas fábricas agora foi para a companhia não ter mais prejuízos com sua operação. Josge Celestino explicou que os fertilizantes nitrogenados produzidos pelas duas fábricas não estavam conseguindo competir com os produtos importados.
— Desde 2016, as duas fábricas davam resultados negativos. Analisando o mercado para os próximos doze anos, viu-se que não haveria reversão dos resultados negativos. Por isso decidimos hiberná-las e deixar o equipamento pronto em caso de aparecer um comprador. O custo elevado da matéria-prima, o GNL, não tornava o fertilizante competitivo com importados — explicou Jorge Celestino.
Segundo o diretor, os custos da matéria-prima usada nas duas fábricas, o Gás Natural Liquefeito (GNL) importado não permitia que os preços dos fertilizantes produzidos fossem competitivos com os importados.
CUSTO DE R$ 300 MIL MENSAL
De acordo com o diretor, o custo de manter as duas fábricas paradas, até encontrar comprador, será em torno de R$ 300 mil mensais, um valor bem inferior ao de manter em operação até conseguir vender esses dois ativos.
— As duas fábricas de Sergipe e Bahia não têm acesso a matéria-prima barata, e estão longe do mercado consumidor, o que se reflete em resultados negativos — destacou o diretor.
Atualmente cerca de 85% do mercado de fertilizantes do país são atendidos por importações. A parcela que era produzida pela Petrobras passará para o setor privado assim que as fábricas forem vendidas. Os maiores produtores de fertilizantes estão no Oriente Médio, Rússia e África, onde tem acesso a matéria-prima barata.
As duas fábricas produzem cerca de 700 mil toneladas anuais de fertilizantes nitrogenados. No ano passado a Petrobras fez uma provisão de perdas (Impairment) para as duas fábricas no valor de de R$ 1,3 bilhão.
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