Doar sangue é um ato simples, que pode salvar muitas vidas. Às vezes, no entanto, as pessoas se deixam levar por mitos que afastam possíveis doadores dos centros especializados e prejudicam a coleta.
Afinal, doar sangue pode fazer mal para o doador? Existem efeitos colaterais? Quem pode doar? Confira abaixo os mitos e verdades sobre o assunto, com o diretor do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar), Paulo Roberto Hatschbach:
Eu posso ficar sem sangue após a doação
Mito. De acordo com o diretor, uma pessoa pode doar 450 mL de sangue, já que, em questão de horas, ela começa a repor essa perda. Para ajudar, é importante tomar bastante líquido após a coleta.
Grávidas e mamães que estão amamentando não podem doar sangue
Verdade. Para as gestantes, a doação pode comprometer o estoque de nutrientes no organismo, trazendo riscos ao bebê. “No início da lactação, a mulher também é inapta a fazer a doação. Depois que esse período passa, ela pode passar por esse processo normalmente”, disse Hatschbach.
Preciso estar em jejum para doar
Mito. Na verdade, é o contrário: o doador precisa estar bem alimentado, mas sem ingerir substâncias gordurosas nas quatro horas que antecedem a doação.
Quem recebe o sangue pode pegar doenças
Mito. “O sangue coletado passa por um teste de sorologia contra doenças infecto-contagiosas, então é muito difícil isso acontecer. Todos podem ficar tranquilos nesse sentido”, comentou o diretor.
Uma doação beneficia apenas uma pessoa
Mito. Uma doação pode favorecer de três a quatro pessoas. “A bolsa é colhida, processada e concentrada em hemácias, plaquetas, plasma fresco e crioprecipitado [uma fonte concentrada de algumas proteínas plasmáticas], que beneficiam mais de uma pessoa”.
Pessoas com tatuagem ou piercing recentes precisam esperar um tempo para doar
Verdade. “Em casos de tatuagem ou piercing, normalmente a pessoa precisa esperar um ano para a doação. Quando o piercing é colocado na mucosa labial ou genital, só dá para doar sangue 12 meses após a retirada dele”, explicou Hatschbach.
Doar sangue causa efeitos colaterais
Mito. Segundo o diretor, o doador não precisa se preocupar com efeitos colaterais. “Todos os cuidados são tomados, a pessoa começará a repor sangue em poucas horas, e nada acontece com ela. Logo em seguida, ela voltará às suas atividades normais”.
Os centros de doação dependem da ajuda da população
Verdade. “O que nós precisamos é uma doação constante, se cada um doasse duas ou três vezes ao ano, nossos estoques sempre estariam em condições aceitáveis. Se a população não doar, não temos como fornecer sangue para os pacientes que estão nos hospitais. Somos totalmente dependentes da sociedade”.
Existem condições específicas para homossexuais doarem sangue
Verdade. De acordo com o diretor, a portaria 158 de fevereiro de 2016 prevê que os homens gays só podem doar sangue após 12 meses de abstinência sexual. A decisão gera muita polêmica entre os homossexuais, que pedem que a legislação permita a doação como acontece com os heterossexuais.
O peso é fator limitante para doar sangue
Verdade. “A pessoa tem que ter mais de 50 kg para ter condições de doar 400, 450 mL de sangue. O peso está diretamente relacionado com o volume sanguíneo. Abaixo dos 50 kg, há risco para o doador, o que nós não queremos”.
Idosos podem doar sangue
Verdade. Os idosos podem doar sangue até os 69 anos de idade, sendo que a primeira doação deve ter sido feita até os 60. Em relação aos adolescentes, a faixa etária permitida é a partir dos 16 anos, com autorização dos pais. De 18 em diante, essa permissão não é mais necessária.
Existe um ônibus que leva os doadores até o Hemepar
Verdade. “Nós temos dois sistemas: um ônibus de coleta que circula pelo Paraná, que está agora na região Oeste, e o serviço ‘leva e traz’. Para esse segundo, basta entrar em conosco que o nosso veículo pega 10, 15 pessoas, e faz o trajeto de onde elas estão até o Hemepar e vice-versa”.
Serviço
Endereço: Travessa João Prosdócimo, 145 – Alto da XV
Telefone: (41) 3281-4000
Horário: 2ª a 6ª feira – 7h30 às 18h30
Sábados: 8h00 às 18h00
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