
Pecuarista se envolveu em um tiroteio com um policial federal, fora de serviço, na saída de uma boate, em Cascavel, no ano de 2012
Por Pedro Rodrigues Neto / Araucária no Ar
Marcado para o próximo dia 21 de fevereiro, as 9h da manhã, no Tribunal do Júri de Curitiba, o julgamento do pecuarista Alessandro Meneghel promete abalar as certezas da acusação. Isso porque provas periciais e depoimentos de testemunhas tendem a provar que o pecuarista agiu em legítima defesa no tiroteio que culminou com a morte do policial federal, Alexandre Drummond Barbosa, na madrugada do dia 14 de abril, de 2012, no centro da Cascavel, oeste do Paraná.
Vídeos obtidos pela defesa da noite da troca de tiros, mostram o policial Alexandre fazendo um movimento de saque da arma e, posteriormente disparando em direção a Alexandre Meneghel, que revidou antes de deixar o local. No vídeo é possível perceber o momento em que o policial efetua o que seria o primeiro disparo, e logo em seguida Meneghel revida, e começa uma grande correria na frente da boate Bielle, onde o fato aconteceu.
Nas imagens é possível ainda perceber que enquanto a caminhonete de Meneghel aparece na tela dando marcha ré, o policial federal está deitado no chão, em posição de técnica de confronto disparando contra o veículo. Ele ainda rola no chão até ser atingido por um disparo, feito por Meneghel de dentro de seu carro, antes de saiir do local. “É nítido que existia ali uma situação de confronto, gerada por um desentendimento dentro da boate, momentos antes. Porém o que temos que observar aqui, diante de todas as provas existentes, é que o Meneghel matou para não morrer. Ele disparou sua arma, após ter tido seu carro alvejado por mais de dez tiros de pistola 9mm. As balas atingiram a lataria, o para-brisa o para-choque. Do chão, em posição típica de confronto, o policial Alexandre crivou o carro de Meneghel de balas. Para não morrer, Meneghel matou”, disse o advogado de defesa do caso, Claudio Dalledone Junior. Pelo menos sete disparos atingiram a caminhonete de Meneghel sendo que dois tiros lhe atingiram o corpo.
Testemunha
Ao longo do processo, diversas testemunhas foram ouvidas durante as audiências. Muitas delas afirmaram a mesma sequência de fatos: Meneghel sai em sua caminhonete, dando marcha ré, enquanto diversos disparos atingem seu carro. O policial segue atirando, até que Meneghel dispara sua arma e foge. “A ideia de que foi Meneghel quem atirou primeiro, matou Alexandre pelas costas é incabível. As provas, as evidências mostram isso, não e uma questão de especular, é prova material, em imagem, testemunho, de que Meneghel não atirou primeiro, de que Meneghel não atingiu o policial pelas costas. A prova é clara em mostrar que Meneghel disparou a arma para se defender reagindo ao ataque iniciado pela vítima que culminou em uma severa troca de tiros, defendeu Dalledone.