
O réu Emerson Rodrigo Schimidt, acusado de matar a namorada Rosemare Neves, de 43 anos, em um hotel no Centro de Curitiba, em março do ano passado, foi condenado a 12 anos de prisão pelo crime de homicídio duplamente qualificado (feminicídio e meio cruel via asfixia). O julgamento aconteceu nesta quarta-feira (18), no Tribunal do Júri.
A promotora de justiça, Ticiane Pereira, afirma que irá recorrer da decisão já que considera que o caso deve ter uma pena maior que a mínima de 12 anos. “A pena ficou no patamar mínimo e temos aqui uma situação extremamente particularizadora. O homicídio foi consumado e aconteceu em situação de violência doméstica por meio cruel, através da asfixia. Quando existe apenas uma qualificadora, o patamar da pena sai do homicídio simples, de 6 a 20 anos de reclusão, e vai para o patamar de 12 a 30 anos. No caso aqui, os jurados consideraram duas qualificadores, então acreditamos que a pena deve sair do mínimo legal”, disse a promotora.
O defensor público Vitor Eduardo Tavares de Oliveira, que representou Schimidt durante o julgamento, conta que o réu ficou satisfeito com a decisão e que agora vai buscar cumprir a pena no estado de São Paulo, onde nasceu. “Como ele era um réu confesso, ele já sabia que seria responsabilizado e ficou satisfeito com a decisão, pois foi a pena mínima. Uma das qualificadores que foi analisada na primeira fase foi compensada com a confissão, então a pena é a mínima mesmo. Agora ele vai tentar cumprir a pena no estado dele, que é São Paulo”, disse o defensor público que comentou ainda a intenção manifestada por representantes do Ministério Público de recorrer da decisão.
“É direito do Ministério Público recorrer, mas acho difícil que se aumente a pena, porque existe uma política de pena mínima, já que ele é réu primário e o crime não exacerbou a gravidade”, opinou Oliveira.
O crime
Rosemare foi encontrado morta em um dos quartos vítima de esganadura. Segundo a denúncia, Emerson trancou o quarto, saiu do hotel às 4 horas da manhã, dizendo que iria fazer um lanche, e não voltou. A vítima tinha marcas de agressão no pescoço e nas partes íntimas.
Na época, o gerente do hotel contou que desconfiou que pudesse ter algo errado por causa da demora na entrega do quarto, já que o check-out teria de ser feito pela manhã. Com uma cópia da chave, ele abriu a porta do quarto e encontrou a hóspede deitada e coberta, como se estivesse dormindo. Ao se aproximar, notou que, na verdade, a mulher estava morta.
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