
Por dia, pelo menos três caminhões de coleta de recicláveis chegam ao Centro de Processamento e Transferência de Materiais Recicláveis, em Araucária, onde 27 catadores aguardam os materiais. Ao longo de todo o dia, essas pessoas fazem a triagem dos materiais recicláveis que serão destinados para venda e para gerar renda a esses trabalhadores. Mas o trabalho poderia ser muito mais fácil e lucrativo se os moradores redobrassem os cuidados na hora de separar o lixo comum do material reciclável.
“Vem muito lixo pra cá. Com isso, fica mais difícil para separar [e encontrar] o material reciclável. É importante conscientizar para que as pessoas entendam a importância de separar corretamente”, afirmou, Ari Marques Borges, presidente da Associação de Catadores Reciclar Araucária. Os associados, que moram em diversos bairros da cidade, dependem dos recursos obtidos com a venda dos recicláveis. Quanto mais lixo comum for colocado junto com os materiais recicláveis, mais tempo gasto para a triagem dos materiais e menos recursos para as famílias.
Entre pedaços de papelão, caixas de leite, alumínio, vidro ou garrafas pet que chegam ao centro da triagem, é comum encontrar comida, papel higiênico, roupas e outros materiais que não deveriam ter o mesmo destino que os recicláveis. No mês de junho, a Associação comercializou 6.650kg de papelão, 1.690kg de papel branco, 1.980kg de caixinhas de leite longa vida, 10.950kg de sucata e 220kg de latinhas de alumínio.
Os números podem parecer bons, mas não são ao levar em conta a quantidade de moradores da cidade. A não separação desses materiais para coleta seletiva e a coleta clandestina ajudam a reduzir esses números e a não dar o destino correto para esses materiais. Convém lembrar que no caso da coleta clandestina o acúmulo desses materiais em locais improvisados pode ocasionar o surgimento de roedores e outros animais que representam risco à saúde das pessoas.
Separar o lixo comum (que vai para aterro sanitário) dos materiais recicláveis é pensar no meio ambiente, mas também apoiar o projeto social realizado com essas famílias. Em Araucária, a coleta seletiva é feita duas vezes por semana na região central e uma vez nos bairros. CLIQUE AQUI e confira os dias da coleta seletiva na área urbana.
Arte – Dentre os materiais recebidos no Centro de Processamento e Transferência de Materiais Recicláveis, alguns tipos de vidro viram obras de arte. O artesanato produzido pelas mesmas famílias da Associação de Catadores, por meio do projeto “Reciclando com Arte”, dá novo uso ao vidro e gera maior renda que a comercialização do vidro. As peças são produzidas a 800 graus celsius em dois fornos. O projeto existe desde 2010.
SMCS