
A Polícia Federal encerrou, nesta semana, a força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba — ou seja, o grupo de delegados e agentes dedicados exclusivamente à operação. Em nota, a instituição informou que os policiais passarão a integrar a Delecor (Delegacia de Combate à Corrupção e Desvio de Verbas Públicas), dentro da própria superintendência da PF. Eram quatro delegados e mais um grupo de agentes, dedicados exclusivamente à Lava Jato em Curitiba.
A medida, segundo a PF, “prioriza ainda mais as investigações de maior potencial de dano ao erário”, e aumenta o efetivo dedicado ao combate à corrupção e lavagem de dinheiro. Para a instituição, o número de policiais na sede do Paraná “está adequado à demanda e será reforçado em caso de necessidade”. A força-tarefa já havia sofrido um corte significativo: em maio, o número de delegados dedicados à Lava Jato na PF de Curitiba caiu de nove para quatro.
O argumento, na época, foi a queda da demanda da operação, e a criação de grupos em outros Estados, como Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. Na ocasião, procuradores da República se queixaram do corte e disseram que a medida era “incompreensível”. O delegado Igor Romário de Paula, coordenador da força-tarefa, disse na época que estava sendo “muito difícil dar continuidade para o trabalho da forma satisfatória como sempre foi”, mas que “não havia indícios de qualquer influência para barrar a investigação”.
O procurador Carlos Fernandes dos Santos Lima, integrante da Força-tarefa da Polícia Federal, foi mais enfático. Em uma postagem feita na rede social Facebook, ele declarou que “a Força-tarefa da Polícia Federal na operação Lava Jato deixou de existir. Não há verbas para trazer delegados”, antecipando do fim da força-tarefa.
Embora a nota distribuída pela PF, a superintendência informe qua a medida vai priorizar ainda mais as investigações, o que tem sido dado com o certo é o fim da força-tarefa como um ato de retaliação do presidente Michel Temer, agora que ele está entre os alvos das investigações da Lava Jato.
Em nota, a PF esclarece que também foi firmado o apoio de policiais da Superintendência do Espírito Santo, incluindo dois ex-integrantes da Operação Lava Jato.
Leia a nota na íntegra
Sobre o efetivo da Superintendência Regional no Paraná, a Polícia Federal informa:
1. Os grupos de trabalho dedicados às operações Lava Jato e Carne Fraca passam a integrar a Delegacia de Combate à Corrupção e Desvio de Verbas Públicas (DELECOR);
2. A medida visa priorizar ainda mais as investigações de maior potencial de dano ao erário, uma vez que permite o aumento do efetivo especializado no combate à corrupção e lavagem de dinheiro e facilita o intercâmbio de informações;
3. Também foi firmado o apoio de policiais da Superintendência do Espírito Santo, incluindo dois ex-integrantes da Operação Lava Jato;
4. O modelo é o mesmo adotado nas demais superintendências da PF com resultados altamente satisfatórios, como são exemplos as operações oriundas da Lava Jato deflagradas pelas unidades do Rio de Janeiro, Distrito Federal e São Paulo, entre outros;
5. O atual efetivo na Superintendência Regional no Paraná está adequado à demanda e será reforçado em caso de necessidade;
6. A Polícia Federal reafirma o compromisso público de combate à corrupção, disponibilizando toda a estrutura e logística possível para o bom desenvolvimento dos trabalhos e esclarecimento dos crimes investigados.
Divisão de Comunicação Social